PROJETO DE LEI
Foto: Elpídio Júnior
Na tarde dessa terça-feira (20), os vereadores de Natal apreciaram
diversos Projetos de Lei em primeira e segunda discussão. Entre os temas
debatidos está o veto integral da Prefeitura, que foi mantido na
Câmara, ao Projeto de Lei N° 167/2017, de autoria da ex-vereadora
Eudiane Macedo, que concede isenção na tarifa de transporte coletivo
público urbano de Natal às mulheres vítimas de violência doméstica e
familiar que tenham boletim de ocorrência registrado na Delegacia da
Mulher, desde que seja no período enquanto durar o acompanhamento pelos
centros especializados de atendimento à mulher. Segundo o vereador
Maurício Gurgel (PSOL), o Projeto da forma que foi apresentando
prejudica os demais usuários do transporte coletivo, já que não indica
quem seria a fonte responsável pelo pagamento das gratuidades.
“Projeto
importantíssimo, mas a gente precisa tratar de quem vai custear essa
isenção de passagem, porque o cálculo de tarifa hoje é realizado de
forma que as gratuidades de idosos, deficientes, meia-passagem, não é
paga pela prefeitura. Acaba que quem paga passagem inteira está sendo
prejudicada, já que consequentemente vai ter que ser feito um acréscimo
na tarifa existente. Então é preciso realizar um outro Projeto indicando
a fonte pagadora dessas passagens”, explicou Maurício Gurgel.
De
acordo com a vereadora Ana Paula (PL) é preciso se debater o assunto e
garantir políticas públicas para as mulheres vítimas da violência. “Eu
lamento o veto principalmente em um momento em que estamos discutindo o
Agosto Lilás, discutindo justamente às agressões contra as mulheres, a
questão do feminicídio, com dados que mostram o nosso estado em segundo
lugar no ranking desse tipo de violência. Então é necessário se pensar
em políticas públicas para as mulheres, direcionar para o mercado de
trabalho as mulheres que são agredidas, que possuem medidas protetivas
garantindo também a gratuidade no transporte coletivo”, afirmou a
vereadora Ana Paula.
Líder do governo municipal na casa, o vereador Kleber Fernandes
(PDT), explicou que há um impedimento constitucional ao Projeto de Lei.
“Existe uma questão legal e constitucional que impede a viabilidade
desse projeto, já que não existe uma indicação da fonte de custeio e
recursos que serão utilizados para concessão dessa gratuidade, conforme
prevê o artigo 130 da lei orgânica do município. Outra questão é
abertura de precedentes para que outras categorias questionarem esse
tipo de gratuidade, apesar de que o projeto é extremamente louvável”,
ressaltou Kleber Fernandes.
“É muito chocante para nós imaginar
que em pleno Agosto Lilás um Projeto para mulheres vítimas de violência e
de baixa renda, para que tenham acesso ao transporte público e possam
fazer suas denúncias e com isso se sintam um pouco mais protegidas, seja
vetado pelo poder executivo. É lamentável e ainda mais nos faz pensar o
tamanho do desafio da nossa Comissão para defender essas pessoas,
porque estamos falando da vida das pessoas, do aumento do feminicídio”,
lamentou a vereadora Divaneide Basílio (PT), que é a Presidente da
Comissão de Direitos Humanos, Defesa das Mulheres, Idosos, Trabalho e
Minorias da Câmara Municipal.
Associação é reconhecida pelo Poder Legislativo
Os
vereadores também aprovaram, em segunda discussão, o Projeto de Lei N°
102/2019, de autoria do vereador Dickson Nasser Júnior (PSDB), que
reconhece como de utilidade pública a Associação Derrubando Muralhas.
Com sede na Zona Oeste da cidade, a entidade filantrópica e com caráter
socioeducativo tem como finalidade garantir atendimento social e apoio
às famílias da cidade.
“Fico muito feliz com essa aprovação, por
unanimidade. A Derrubando muralhas oferece serviços socioassistenciais,
de educação infantil, de acesso à cultura e esporte dirigidos às
crianças e adolescentes, mas também a adultos e seus familiares,
trazendo novas visões de mundo e oportunidades, desviando da violência e
drogas. Com mais essa aprovação, valorizamos ações de associações e
organizações que possuem como finalidade melhorar e contribuir com o
fortalecimento e construção de uma sociedade mais justa”, afirmou o
autor do Projeto de Lei, vereador Dickson Nasser Júnior.
(Por:Portal no Ar)
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