BRASIL, JUSTIÇA
Assim como já fez com outros casos, o Ministério Público já se
prepara para arquivar investigações sobre procuradores dentro do
inquérito aberto em março por Dias Toffoli para apurar ofensas aos
ministros.
Para isso, pretendem usar decisão recente de Celso de Mello que
rejeitou um pedido do PT para investigar, por suposto abuso de
autoridade, Deltan Dallagnol e outros membros da força-tarefa.
O decano deixou claro que, como eles não têm foro no Supremo, não
seria possível autorizar qualquer investigação sobre eles. No despacho,
condenou “indevidas ampliações descaracterizadoras da esfera de
atribuições institucionais desta Suprema Corte”.
“O Poder Judiciário não dispõe de competência para ordenar, para
induzir ou, até mesmo, para estimular o oferecimento de acusações penais
pelo Ministério Público, pois tais insólitas providências, como as que
se buscam nestes autos, importariam não só em clara ofensa a uma das
mais expressivas funções institucionais do Ministério Público, a quem se
conferiu, em sede de ‘persecutio criminis’, o monopólio constitucional
do poder de acusar, sempre que se tratar de
ilícitos perseguíveis mediante ação penal de iniciativa pública,
mas, também, em vulneração explícita ao princípio acusatório, que tem no
dogma da separação entre as funções de julgar e de acusar uma de suas
projeções mais eloquentes”, escreveu o decano.
Eventuais queixas contra os procuradores, completou o ministro, devem ser feitas na Polícia Federal ou no próprio MPF.
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