CPI DAS FAKE NEWS
Deputado federal Alexandre Frota (PSDB/SP) - Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Brasília - Em depoimento à CPI das Fake News, o deputado Alexandre Frota
(PSDB-SP) afirmou que assessores ligados à Presidência da República
comandam "milícias digitais" e controlam "perfis falsos em excesso". A
passagem do tucano na comissão foi tumultuada e marcada por discussões
entre ele e deputados do PSL, seu antigo partido. "O Planalto virou o
porto seguro de terroristas digitais", afirmou Frota.
Frota é o
primeiro dos ex-aliados do presidente Jair Bolsonaro a depor na comissão
criada para investigar a disseminação de notícias falsas nas eleições
de 2018. De acordo com o deputado do PSDB, os filhos do presidente
controlam uma rede usada para atacar adversários do presidente.
Questionado pela relatora da CPI, a deputada Lídice da Mata (PSB-SP), o
deputado citou os nomes dos assessores especiais da Presidência Tercio
Arnaud Tomaz, José Matheus Salles Gomes e Mateus Matos Diniz, como sendo
integrantes do chamado "gabinete do ódio". O grupo é próximo ao
presidente e atua nas redes sociais da Presidência. Os três também irão
depor na CPI em data ainda não definida.
"Vossa excelência
confirma a existência de um grupo de trabalho no governo federal, no
gabinete da Presidência da República, a formação de um grupo de trabalho
com o objetivo de disseminar o ódio, por tanto, recebendo recursos
públicos salariais para este fim?", questionou a relatora.
"Confirmo. É um gabinete onde três pessoas trabalham ou até um pouco mais", afirmou Frota.
De
acordo com Frota, a atuação da "milícia digital" está sob o comando do
filho do presidente Carlos Bolsonaro, vereador pelo PSC no Rio. O
deputado disse que presenciou mais de um momento em que o vereador fala
com o pai sobre a atuação nas redes sociais.
"Presenciei Carlos discutindo o impulsionamento de postagens com Bolsonaro", afirmou Frota.
Queiroz
O
deputado Alexandre Frota disse ainda que o próprio presidente Jair
Bolsonaro pediu a ele que não falasse sobre as investigações envolvendo
Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ),
filho mais velho do presidente.
De acordo com relato do
parlamentar tucano, Bolsonaro pegou ele pelo braço em uma reunião no
Planalto e disse "cala essa matraca, p...!", em referência a discursos
feitos por ele no Plenário da Câmara.
Ataques
O
deputado Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente Jair Bolsonaro e
líder do PSL na Câmara, foi para o confronto e chamou Frota de "traíra" e
"falso". "O senhor era menos promíscuo quando fazia filme pornô, né?",
ironizou o líder do PSL fazendo referência à atuação de Frota do
segmento do entretenimento adulto. "E você assistiu muito", rebateu
Frota.
(Por:Estadão Conteúdo)
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