sábado, 26 de outubro de 2019

Criticado, governo cria portal sobre óleo vazado e libera verba a afetados. Portal Mancha no Litoral reúne informações sobre o tamanho do desastre, o que está sendo feito para minimizá-lo e cartilhas com orientações para voluntários

DESASTRE AMBIENTAL
 
 O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, durante visita a Porto de Galinhas, em Pernambuco (Vagner Vargas/MTur/Divulgação)

O governo federal reagiu as críticas sobre a sua atuação no combate às manchas de óleo no litoral do Nordeste com a criação do portal Mancha no Litoral – que reúne informações sobre o alcance do desastre e as providências adotadas pela gestão Jair Bolsonaro -, o anúncio de verba extra para empreendedores que tiveram suas atividades prejudicadas e a prorrogação do pagamento de um seguro aos pescadores da região.

De acordo com o portal oficial, até o momento, quase quatro mil servidores trabalharam nas ações de limpeza e contenção de óleo no Nordeste. Segundo o governo, mais de mil toneladas de óleo foram retiradas das areias, caracterizando o maior desastre do gênero ocorrido no país. A página também oferece links para outros sites governamentais, que também monitoram as manchas, como o Ibama. Há, ainda, uma seção de perguntas e respostas para esclarecer algumas dúvidas comuns.

Nesta sexta-feira, 25, em Porto de Galinhas (PE), o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, anunciou que 200 milhões de reais do Fundo Geral do Turismo (Fungetur) vão ser liberados para as regiões do litoral atingidas. Segundo o ministério, um dos objetivos é ajudar pequenos empreendimentos a superar uma possível retração nas atividades. O ministro entrou no mar e afirmou que as praias estão aptas para receber turistas.

Quase dois meses depois do começo da tragédia, a Defesa Civil e o Ministério da Saúde publicaram também nesta sexta-feira uma cartilha com recomendações para os voluntários que atuam na limpeza das praias afetadas. O guia recomenda que a população não entre em contato direto com o óleo, especialmente gestantes e crianças.


Segundo a cartilha, a curto prazo, a inalação dos vapores do óleo pode provocar dificuldade de respiração, dor de cabeça, confusão mensal e náusea. Na pele, podem aparecer irritações e outros sintomas como erupções vermelhas, queimação, inchaço. Tontura, náuseas e alergias estão entre os sintomas relatados por voluntários. A situação é apontada até por quem usou máscaras, galochas e luvas.

Na quinta-feira, o presidente em exercício, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP),  assinou um decreto autorizando a prorrogação da concessão extraordinária do seguro-defeso para os pescadores artesanais afetados pelo vazamento de petróleo no litoral nordestino. A medida beneficiará cerca de 60 mil profissionais. A estimativa é que o governo federal desembolse 59 milhões de reais no mês de novembro.

Reportagem de VEJA desta semana acompanhou a trajetória da crise desde o fim de agosto, quando as primeiras manchas de petróleo começaram a surgir no litoral da Paraíba, em circunstâncias desconhecidas. Desde então, pelo menos 200 praias de todos os nove estados do Nordeste foram atingidas. Foi apenas mais de um mês depois do primeiro sinal de alerta que o presidente Jair Bolsonaro acionou a Polícia Federal, a Marinha e os órgãos ambientais do governo para investigar as causas do vazamento e os responsáveis por ele.



(Com Agência Brasil)

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