DESASTRE AMBIENTAL
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, durante visita a Porto de Galinhas, em Pernambuco (Vagner Vargas/MTur/Divulgação)
O governo federal reagiu as críticas sobre a sua atuação no combate às manchas de óleo no litoral do Nordeste com
a criação do portal Mancha no Litoral – que reúne informações sobre o
alcance do desastre e as providências adotadas pela gestão Jair
Bolsonaro -, o anúncio de verba extra para empreendedores que tiveram
suas atividades prejudicadas e a prorrogação do pagamento de um seguro
aos pescadores da região.
De acordo com o portal oficial, até o momento, quase quatro mil
servidores trabalharam nas ações de limpeza e contenção de óleo no
Nordeste. Segundo o governo, mais de mil toneladas de óleo foram
retiradas das areias, caracterizando o maior desastre do gênero ocorrido
no país. A página também oferece links para outros sites
governamentais, que também monitoram as manchas, como o Ibama. Há,
ainda, uma seção de perguntas e respostas para esclarecer algumas
dúvidas comuns.
Nesta sexta-feira, 25, em Porto de Galinhas (PE), o ministro do
Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, anunciou que 200 milhões de reais do
Fundo Geral do Turismo (Fungetur) vão ser liberados para as regiões do
litoral atingidas. Segundo o ministério, um dos objetivos é ajudar
pequenos empreendimentos a superar uma possível retração nas atividades.
O ministro entrou no mar e afirmou que as praias estão aptas para
receber turistas.
Quase dois meses depois do começo da tragédia, a Defesa Civil e o
Ministério da Saúde publicaram também nesta sexta-feira uma cartilha com
recomendações para os voluntários que atuam na limpeza das praias
afetadas. O guia recomenda que a população não entre em contato direto
com o óleo, especialmente gestantes e crianças.
Segundo a cartilha, a curto prazo, a inalação dos vapores do óleo
pode provocar dificuldade de respiração, dor de cabeça, confusão mensal e
náusea. Na pele, podem aparecer irritações e outros sintomas como
erupções vermelhas, queimação, inchaço. Tontura, náuseas e alergias
estão entre os sintomas relatados por voluntários. A situação é apontada
até por quem usou máscaras, galochas e luvas.
Na quinta-feira, o presidente em exercício, senador Davi Alcolumbre
(DEM-AP), assinou um decreto autorizando a prorrogação da concessão
extraordinária do seguro-defeso para os pescadores artesanais afetados
pelo vazamento de petróleo no litoral nordestino. A medida beneficiará
cerca de 60 mil profissionais. A estimativa é que o governo federal
desembolse 59 milhões de reais no mês de novembro.
Reportagem de VEJA
desta semana acompanhou a trajetória da crise desde o fim de agosto,
quando as primeiras manchas de petróleo começaram a surgir no litoral da
Paraíba, em circunstâncias desconhecidas. Desde então, pelo menos 200
praias de todos os nove estados do Nordeste foram atingidas. Foi apenas
mais de um mês depois do primeiro sinal de alerta que o presidente Jair
Bolsonaro acionou a Polícia Federal, a Marinha e os órgãos ambientais do
governo para investigar as causas do vazamento e os responsáveis por
ele.
(Com Agência Brasil)
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