Governo pede esclarecimentos a 11 países sobre origem do óleo - Divulgação / Agência Petrobras
Brasília - O governo
federal notificou 11 países cobrando esclarecimentos sobre 30 navios
mapeados dentro da investigação sobre a origem do vazamento de óleo que
atingiu diversas praias do Nordeste. A informação foi dada pelo
coordenador de operações navais da Marinha, almirante de esquadra
Leonarndo Puntel, em entrevista a jornalistas no sábado.
A investigação conduzida pela Marinha trabalha com a
tese de que o responsável teria sido um navio-tanque. A apuração inicial
avaliou 1.500 embarcações e afunilou a análise para 30 veículos
marinhos de 11 países. O comandante não detalhou que nações estariam
neste grupo, mas disse que o requerimento pede informações para os
governos para saber se têm conhecimento de algum acidente.
Os 30 navios estão entre os que passaram pela costa
do Nordeste no período, identificados por fazerem comunicações por
sistemas marítimos. Conforme Puntel, os investigadores calculam que o
vazamento teria ocorrido no mês de agosto, com o óleo chegando às praias
no fim daquele mês.
O almirante não descartou a possibilidade de que o
episódio tenha sido causado por embarcações não oficiais, denominadas
“dark ships”. Neste caso, contudo, a apuração será mais complexa e terá
de envolver outras fontes de informação, como análise de imagens de
satélite.
Puntel declarou que não é possível afirmar que o
veículo era venezuelano. Mas que pesquisas da Petrobrás teriam
identificado o óleo como proveniente daquele país. “Laudo da Marinha
concluiu que óleo não era brasileiro. O laudo da Petrobrás foi além,
porque tem amostras de óleos de outros países. Ele é de bacias
venezuelanas. O navio a gente não sabe”, comentou.
Manchas
A coordenadora-geral de emergências ambientais do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), Fernanda Pirilo, afirmou na entrevista coletiva que não há
novo óleo nas praias.
“Não há mais chegada de óleo novo, mas algumas praias
ainda têm vestígio de óleo, temos os pontos identificados em que ainda
há óleo residual, a maioria nos estados de Pernambuco e Bahia”, pontuou.
O comandante Leonardo Puntel acrescentou que a
despeito da dificuldade de monitorar a evolução das manchas, dado que
elas se deslocam debaixo da água a partir das correntezas marinhas, o
exame realizado pelos órgãos envolvidos no grupo de acompanhamento
detectou que houve um decréscimo da quantidade.
“As manchas de óleo tiveram dinâmica diferente. No
início de setembro e outubro ela estava tranquila, não tinha grandes
quantidades. Teve período na semana passada que houve aumento do volume
no óleo na Bahia, Sergipe, Alagoas e Sul de Pernambuco. E este volume
começou a decrescer agora”, observou.
A coordenadora do Ibama orientou a população dos
locais a não entrar em contato com a substância. Já as condições de
banho de cada praia são avaliadas pelos órgãos de saúde dos estados e
municípios e devem ser verificadas juntamente a esses órgãos.
Brasília
O grupo de órgãos federais encarregados da
coordenação das atividades mudou sua base para Brasília. Durante esta
semana, várias autoridades do governo federal estiveram em Pernambuco. O
comandante da Marinha relatou que ainda permanecem coordenações locais
montadas em Recife e Salvador.
A coordenadora de emergências ambientais do Ibama
acrescentou que a mudança facilita a atuação do grupo, já que aproxima
seus integrantes do centro de decisão política do país. Questionada por
jornalistas, ela negou dificuldades na interlocução das entidades tanto
em relação ao Executivo quanto no tocante a administrações estaduais.
(Por
Agência Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário