MEIO AMBIENTE
Petrobras vai distribuir equipamentos de proteção individual em
comunidades do Nordeste para que voluntários possam utilizar os
equipamentos para se proteger de possíveis intoxicações (Carlos Ezequiel
Vannoni/Agência Pixel Press/Folhapress)
O diretor de Assuntos Corporativos da Petrobras,
Eberaldo Neto, disse nesta sexta-feira, 25, que a análise de 30
amostras do petróleo recolhido de praias do Nordeste permitiu concluir
que ele foi extraído de três campos de produção na Venezuela.
Em uma entrevista coletiva concedida à imprensa para analisar os
resultados do balanço do terceiro trimestre de 2019, Neto esclareceu que
a companhia agiu assim que foi acionada pela União, no início de
setembro, e recolheu 340 toneladas de resíduos das praias.
Reportagem de VEJA desta semana
mostra como reação demorada e confusa ao desastre do derramamento faz o
governo passar do papel de vítima à condição de vilão do problema. “A
gente fez análise em mais de 30 amostras e concluiu que é de três campos
venezuelanos”, disse Neto nesta sexta-feira. “A origem do vazamento é
outra coisa. A gente entende que é na costa brasileira”, acrescentou.
O vazamento teria ocorrido no Oceano Atlântico, em uma região no
caminho de uma corrente marinha que vem da África e se bifurca, seguindo
para a costa setentrional do Nordeste, de um lado, e para a Bahia e o
Sudeste, do outro, passando pelos locais onde o óleo tem sido recolhido.
“A gente sabe que foi em um ponto desse de bifurcação que foi a
origem do vazamento.
Provavelmente, um navio passando ali. As
autoridades estão investigando”, afirmou. Neto destacou, também, que o
fato de o petróleo afundar e seguir para o litoral em uma camada abaixo
da superfície do mar dificulta a visualização dele com sobrevoos e
satélites e também a contenção dele com barreiras.
“A gente tem um centro de defesa ambiental preparado para isso, mas
preparado para um óleo da Petrobras, que vaza de instalação da
Petrobras, e a gente localiza a fonte e ataca com os instrumentos mais
adequados”, disse o diretor, que explicou que o fato de o óleo submergir
quase que inviabiliza a contenção dele antes de chegar ao litoral.
O diretor da Petrobras explicou que o mecanismo de captura tem sido
utilizado quando a maré e a corrente jogam para a praia. “Infelizmente,
tem sido esse o jeito, porque, com os mecanismos que a gente detém, é
agulha no palheiro para a gente pegar pelas características do óleo”,
disse.
O diretor da estatal afirmou que a Petrobras vai distribuir
equipamentos de proteção individual em comunidades do Nordeste para que
voluntários possam utilizar os equipamentos para se proteger de
possíveis intoxicações no contato com a substância.
Neto disse que o foco da Petrobras é continuar o trabalho e qualquer
discussão sobre o valor que será ressarcido à companhia pelos recursos
gastos será feita posteriormente.
(Com Agência Brasil)
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