CORONAVÍRUS
Trabalho usa dados de contaminados, suscetíveis e recuperados - Nicolas Asfouri/ AFP
Estados Unidos - O relatório preliminar sobre o antiviral remdesivir,
publicado nesta sexta-feira, no New England Journal, mostrou que o tempo
de recuperação em pacientes hospitalizados por coronavírus foi menor
para aqueles que tomaram o medicamento em comparação com os pacientes
que receberam placebo. A taxa de mortalidade também foi menor nos
pacientes que receberam o antiviral.
Quem recebeu o remdesivir se
recuperou, em média, após 11 dias, contra os 15 dias daqueles que
tomaram placebo. Ao todo, participaram 1.063 pacientes, mas alguns
desistiram no meio do estudo e outros morreram antes de concluir o
período de avaliação. A taxa de mortalidade, analisada dentro do período
de 14 dias, foi de 7,1% no grupo que recebeu o remdesivir, enquanto o
grupo que recebeu placebo apresentou a taxa de 11,9%.
Em 30 de
abril, o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas
dos Estados Unidos - uma das instituições responsáveis pelo estudo - e
conselheiro de Saúde da Casa Branca, Dr. Anthony Fauci, já havia
mencionado o período mais curto de recuperação em quem tomou o
antiviral.
Fauci lembrou também que se trata de um medicamento
para quem já está infectado pelo coronavírus, para prevenir infecções,
mas que nada tem a ver com as vacinas que estão sendo desenvolvidas e
testadas por outros laboratórios.
Já a cloroquina, que é um
medicamento originalmente usado no tratamento da malária, não apresentou
resultados satisfatórios. Defendida pelo presidente Jair Bolsonaro aos
pacientes com coronavírus, a cloroquina aumenta o risco de morte e de
arritmia cardíaca nos infectados pela covid-19.
"Fomos incapazes
de confirmar qualquer benefício da cloroquina ou da hidroxicloroquina em
resultados de internação pela covid-19. Ambas as drogas foram
associadas à diminuição de sobrevivência dos pacientes internados e a um
aumento da frequência de arritmia ventricular quando usadas no
tratamento da covid-19", conclui o estudo liderado pelo professor
Mandeep Mehra, da Escola de Medicina de Harvard, e publicado nesta
sexta-feira, 21, na revista Lancet.
Na quarta-feira, 20, o
Ministério da Saúde liberou a cloroquina para todos os pacientes de
covid-19. Em documento, o ministério autorizou a prescrição do
medicamento desde os primeiros sinais da doença causada pelo
coronavírus. Embora não haja comprovação científica da eficácia do
medicamento contra a doença, o ministério alegou, no documento, que o
Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou recentemente que médicos
receitem a seus pacientes a cloroquina e a hidroxicloroquina, uma
variação da droga.
(Por:Estadão Conteúdo)
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