sábado, 3 de janeiro de 2015

Após obrigatoriedade, extintores do tipo ABC estão em falta no mercado. Multa será de R$ 127,69 e mais cinco pontos na carteira

QUE BRONCA

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Carolina Souza
acw.souza@gmail.com
Os condutores que ainda não realizaram a troca dos extintores de incêndio de seus veículos, conforme novas exigências que passaram a valer nesta quinta-feira, 1º de janeiro, estão temendo o risco de levar uma multa já no início do ano. Desde a semana passada que o movimento em busca pelo extintor nos postos de gasolina e em lojas de autopeças é grande. Porém, em muitos estabelecimentos do país, os estoques estão esgotados. Em Natal, essa realidade não é diferente.
A partir deste início de ano os automotores só poderão circular por ruas, avenidas e estradas do país se estiverem equipados com extintores de incêndio do tipo ABC. Se ainda estiverem utilizando o do tipo BC e forem pegos em alguma blitz, serão multados em R$ 127,69 e ainda receberão cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Para o chefe de gabinete do DETRAN no Rio Grande do Norte, Manuel Ferreira, o ideal seria que a exigência do novo extintor venha a ser prorrogada. “Estamos orientando a fiscalização estadual para que usem o bom senso nessa situação, tendo em vista que muitos motoristas não trocaram os extintores por falta do produto no mercado”, comentou, em contato com O JORNAL DE HOJE.
Manuel Ferreira ainda esclareceu que o Departamento de Trânsito do Estado está pleiteando a prorrogação da exigência junto ao Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). “Solicitamos junto ao Denatran que façam a prorrogação. A falta do produto no mercado não é um problema só no RN, mas em todo o país”, disse.
Para descobrir qual a categoria do extintor, basta que o condutor verifique se o equipamento existente em seu veículo traz as letras BC (antigo) ou ABC nos cilindros. Os equipamentos do tipo BC combate incêndios em líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos. Os extintores ABC, além dessas funções, acabam com incêndios em estofados e pneus. Não são recarregáveis (são descartáveis) e tem prazo de validade de cinco anos.
Com o aumento da procura pelo novo tipo de extintor, o equipamento está desaparecendo das lojas. Aqueles ainda disponíveis estão sendo vendidos por valores bem acima do preço normal. Já os estabelecimentos que ainda não conseguiram repor seus estoques, estão fazendo lista de espera para atender todos os clientes.
Lindemberg de Queiroz, gerente de uma loja de autopeças, comentou que a lista em sua loja está com mais de vinte pessoas. “No momento nós só temos o extintor ABC de 2 kg, que não são muito procurados para carros de passeio. Os equipamentos menores estão com previsão de chegar até o dia 15 de janeiro”, afirmou.
Segundo Lindemberg, os condutores devem prestar atenção para não serem explorados com o preço do produto superfaturado. “Esse de 2 kg está por R$ 140 reais. Porém, trabalhamos com extintores ABC a partir de R$ 70 reais. Com a alta procura e a falta de estoque nas lojas, tem pessoas vendendo o extintor pelo preço de mais de R$ 200,00″, disse.
Em apenas dois dias Zilmo Alves, dono de loja de autopeças, afirmou que vendeu tudo o que tinha na loja. De acordo com ele, o problema da falta de estoque está sendo provocado pelos próprios condutores, que deixam tudo para última hora. “A resolução que impõe essa exigência da troca de extintores foi publicada em 2009. Mas as pessoas esperam chegar o último dia para cumprir com a nova regra e acaba causando esse tumulto no mercado”, comentou.
Prevendo o aumento da procura do tipo veicular no final do prazo estipulado pela Resolução nº 333/2009 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a loja de Zilmo Alves resolveu aumentar o pedido de extintores. “O problema é que o extintor chega e vai embora na mesma hora. A resolução é de cinco anos atrás. Dava para os motoristas terem se preparado melhor”, destacou Zilmo.
A Resolução 333/2009 visa aumentar o nível de segurança contra um eventual incêndio ao oferecer proteção contra acidentes provocados por combustíveis, pane elétrica e sólidos. A estimativa do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte é que aproximadamente 20% da frota potiguar tenha que ser readequada.

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