O agropecuarista Gustavo Rocha acusou o promotor de Justiça e
ex-procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Norte, Augusto Peres
Filho (na foto), de fazer proselitismo político nas redes sociais.
No Twitter, debatendo as estatísticas da
Segurança Pública, Gustavo afirmou que Augusto Peres “faz politica”,
“não publica dados” e se comporta de maneira “incompatível com a função
pública”.
Gustavo foi além: afirmou, com todas as
letras, que Augusto Peres Filho serve à “guerrilha política do Twitter
do PMDB”. E completou: “Você faz politica, sim. Deveria estar
justificando seu salário no MP”, disse o empresário.
Nas redes sociais, Augusto Peres assume
postura de oposicionista ao governo estadual, o que faz com que
partidários do governo Robinson o tenham como alinhado ao grupo político
do ministro do Turismo, Henrique Alves, do PMDB.
Em resposta, Augusto Peres afirmou que não
faz política e que não pode “fechar os olhos e achar bonita a escalada
da criminalidade no RN”.
DEBATE
O Agora RN transcreve o debate. “Diga aos
familiares e aos colegas de farda do PM baleado hoje que se trata apenas
de ‘sensação de insegurança gerada pelas redes sociais'”, iniciou
Peres.
“O mais interessante é você morando em
Brasília falar da violência em Natal. Com base em quê? Os dados são
outros”, retrucou Gustavo.
“Realmente, se eu só lesse a imprensa
governista, acharia que está tudo uma maravilha. Mas, felizmente, me
chegam outras informações”, tornou o promotor de Justiça.
“Quais são as estatísticas que lhe chegam?
Publique. Publique dados. Desculpe, mas parece politicagem o seu
discurso”, provocou Gustavo.
“Não publico estatísticas. Retwitto notícias. Verídicas. Insisto: não moro nas propagandas do governo”, redargüiu Peres.
Diante da resposta, Gustavo conclui: “Então
você está fazendo proselitismo político. Entendo. Mas o fato real é que
as estatísticas comprovam a diminuição da violência”.
Peres, então, admite, pela primeira vez, que
houve redução da violência. “Diminuir de 1400 para 1000 mortes. Muito
bem. E os autores desses 1000?”, quis saber.
Gustavo, então, arrematou: “Quando quiser
falar sobre dados, a gente conversa. Agora, criticar por política o
trabalho sério da PM é leviandade”.
Mas, Peres não se deu por vencido, e
justificou: “Retwito notícias boas e ruins. Só que, infelizmente, as
ruins estão ganhando de lavada”, disse.
Gustavo, então, tornou a acusar. “Você faz
politica. Não publica dados. Inclusive é um comportamento incompatível
com sua função pública. Desculpe, mas é”.
Peres negou a acusação. “Não faço e não
pretendo fazer política. Mas, não posso fechar os olhos e achar bonita a
escalada de criminalidade no RN”.
Gustavo, então, fez nova provocação grave:
“Você faz politica, sim. Deveria estar justificando seu salário no MP.
Publique dados. Só prejudica o trabalho sério da PM”.
Diante disto, Peres tornou a falar.
“Insisto. Não cabe a PM traçar a política de segurança pública no
estado. Ou você está de má-fé, ou mal informado”.
Gustavo, mais ácido, provocou novamente
Peres. “Quando você quiser parar de politicagem e publicar dados, a
gente conversa. Abraço. Aguardo os dados”. Nesse instante, Augusto Peres
apareceu com alguns dados. Entretanto, os números atestavam a
diminuição da violência, em 10%.
E seu deu assim o desfecho do debate:
Peres – Segundo Ivênio Hermes, os CVLI
(Crimes Violentos Letais Intencionais) no RN, de janeiro a setembro de
2015, foram 1.196. Caíram 10% comparando com 2014. Se você quiser dados
sérios, visite https://t.co/aJpb6hgvPp. E, desculpe se eu não trabalho
com dados de varandas e shoppings.
Gustavo – Os dados atestam diminuição da
violência. Você deveria também se preocupar com a corrupção, Eduardo
Cunha. Mas, seletivamente, não. Nunca lhe vi batendo em Eduardo Cunha.
Só na violência do RN. E olhe que a violência caiu. Vamos ajudar a PM ao
invés de criticar.
Peres – Eu me preocupo com todo tipo de
crimes. Mas, quanto a Eduardo Cunha, só posso retuitar o que me chega. E
essa foi pra rir, né?
Gustavo – Acho que você tem muito a
contribuir ao MP e menos à guerrilha política do twitter do PMDB.
Abraço. Hora do vinho e do almoço.
Peres – Agora você está no campo da fantasia. Quando você voltar para a realidade, continuamos a debater. Abraço. Vou almoçar.
Fim do diálogo.
Fonte: Agora RN
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