quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Exército nigeriano afirma ter matado chefe do Boko Haram. Forças militares da Nigéria dizem que Abubakar Shekau foi "ferido fatalmente no ombro"

ÁFRICA
O Exército da Nigéria afirmou nesta terça-feira que bombardeios realizados na última sexta-feira mataram diversos comandantes do Boko Haram, e entre eles pode estar o chefe do grupo, Abubakar Shekau. O comunicado do Exército nigeriano cita um “ataque aéreo espetacular e sem precedentes” que teria “ferido fatalmente no ombro” o principal extremista islâmico do país.

Essa é a terceira vez que as forças de segurança nigerianas alegam ter matado Shekau – logo após as duas declarações anteriores, o jihadista voltou a aparecer vivo em vídeos ou áudios divulgados pelos extremistas. Segundo o Exército, o Boko Haram usava combatentes parecidos com Shekau para esconder seu verdadeiro paradeiro.

Os ataques aéreos que podem ter matado o chefe extremista ocorreram enquanto os terroristas oravam na sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, em uma vila de Taye. O comunicado assinado pelo porta-voz do Exército, coronel Sani Kukasheka Usman, confirma a morte dos comandantes Abubakar Mubi, Malam Nuhu e Malam Hamman, entre outros.

O comunicado foi divulgado no momento em que o secretário de Estado americano, John Kerry, está em Abuja, capital nigeriana, para se reunir com o presidente Muhammadu Buhari. A dupla deve discutir o extremismo islâmico e a segurança regional. Kerry falou na manhã desta terça-feira na cidade de Sokoto, no norte nigeriano, mas não fez referência ao comunicado do Exército.

Shekau começou sua campanha terrorista em 2009. Desde então, o Boko Haram já matou 20.000 pessoas, forçou mais de 2,2 milhões de nigerianos a abandonar suas casas e disseminou sua ideologia extremista para além das fronteiras da Nigéria. A crise tem sido marcada por ataques mortíferos e atentados suicidas contra escolas, mesquitas e mercados, além do sequestro, em abril de 2014, de 276 alunas de uma remota escola na cidade de Chibok, no nordeste nigeriano. Algumas dezenas delas conseguiram escapar, mas 218 continuam desaparecidas.

(Com Estadão Conteúdo)

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