Começou na noite desta terça-feira o velório do capitão do tricampeonato de 1970 Carlos Alberto Torres, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O ex-jogador, que morreu aos 72 anos, de um infarto fulminante, ficou eternizado como o “capita” da seleção que contava com craques como Pelé, Tostão e Rivellino, e conquistou a taça Jules Rimet, após a vitória sobre a Itália, na final da Copa de 1970.
O corpo do ex-atleta chegou para o velório na CBF por volta das 21h30. Familiares e amigos estão no local para o velório. Durante a noite, diversos ex-jogadores passaram pelo auditório da CBF para prestar a última homenagem, como Bebeto, Roberto Dinamite, Ricardo Rocha, Mauro Galvão, Gonçalves e Petkovic.
“É uma perda muito grande. Deixa um exemplo muito grande como pessoa, como dirigente, como treinador”, disse o ex-zagueiro Mauro Galvão. Também presente, o técnico do Flamengo, Zé Ricardo, exaltou a carreira do capitão do tri. “Foi um dos maiores laterais de todos os tempos, e que sirva de inspiração para todos os que estão começando.”
O enterro vai acontecer às 11 horas desta quarta no Cemitério do Irajá, Zona Norte do Rio.
As bandeiras na sede da CBF estão a meio-mastro desde a divulgação da notícia da morte de Carlos Alberto. O presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, declarou luto oficial de três dias e determinou que todas as partidas das competições organizadas pela CBF terão 1 minuto de silêncio.
Biografia
Carlos Alberto nasceu no Rio em 17 de julho de 1944. Começou sua carreira no Fluminense e se consagrou no Santos e na seleção brasileira. Ainda atuou por Botafogo e Flamengo e clubes dos Estados Unidos, incluindo o New York Cosmos, em nova parceria com o velho amigo Pelé, e o California Surf.Carlos Alberto conquistou uma infinidade de títulos. Viveu o auge de sua carreira no Santos, entre 1965 e 1975, conquistando o Campeonato Brasileiro em 1965 (Taça Brasil) e 1968 (Taça Roberto Gomes Pedrosa), cinco Estaduais (1965, 1967, 1968, 1969 e 1973), o Torneio Rio-São Paulo, em 1966 e a Recopa Sul-Americana, em 1968. Atuou ainda pela equipe do Fluminense conhecida como “A Máquina”, na década de 70, pelo qual faturou o Campeonato Carioca em 1975 e 1976.
Carlos Alberto também teve uma vitoriosa carreira como treinador. Conquistou o Campeonato Brasileiro de 1983 dirigindo o Flamengo, a Copa Conmebol de 1993, pelo Botafogo, e o Campeonato Carioca pelo Fluminense, em 1984.
Ele foi o mais jovem capitão brasileiro a erguer o troféu de campeão do mundo: tinha 25 anos quando subiu as escadas do Estádio Azteca de peito estufado. Foi dele o último gol da vitória por 4 a 1 – um lance belíssimo, depois de arrancada de Clodoaldo e passe mágico de Pelé. Ainda pela seleção brasileira, foi medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1963, disputados em São Paulo.
Em sua última entrevista a VEJA, em junho de 2014, Carlos Alberto contou o sentimento de quando recebeu das mãos do presidente do México, Gustavo Díaz Ordaz, a taça Jules Rimet. “Fui tomado por uma alegria indescritível. Beijei a taça instintivamente antes de erguê-la com as duas mãos. Tinha pensado antes do jogo sobre esse momento, mas, quando chegou a hora, não me lembrei de nada. Fui muito espontâneo.”
por:Veja
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