Gabriel Medina, Max Verstappen e Gabriel
Jesus. Candidatos a ídolos de 2017 (Ilya Savenok/Mark Thompson/Pedro
Vilela/Getty Images)
Depois de um ano com Olimpíada no Brasil,
2017 será bem menos agitado, mas possivelmente com algumas mudanças de
trono. No tênis e na Fórmula 1, novas estrelas pedem passagem. No
futebol, uma nova geração de atletas e treinadores busca se firmar, num
ano que terá uma mudança significativa no calendário e a Chapecoense
como atração, pelo menos no início da temporada. O Brasil ainda lutará
para reconquistar seu espaço no surfe e no UFC. As principais
expectativas para 2017:
A nova Chapecoense
Abalada com a tragédia do dia 29 de novembro, que
matou quase toda a sua equipe, comissão técnica e diretoria, a
Chapecoense terá de se remontar para o ano mais importante de sua
história. Vagner Mancini
foi o técnico escolhido para o renascimento da equipe de Chapecó (SC),
que disputará a Copa Libertadores pela primeira vez, além da Recopa
Sul-Americana, a Série A do Brasileiro e até um amistoso contra o Barcelona.
Até agora, poucos atletas foram contratados e a nova diretoria não se
mostrou satisfeita com as opções de empréstimo gratuitos oferecidas por
grandes clubes em solidariedade. A equipe catarinense, porém, promete
não fazer loucuras e manter a receita que o fez chegar ao título da
Sul-Americana de 2016: salários modestos, mas em dia, e clube sem
dívidas. Existe a expectativa de o lateral Alan Ruschel e o zagueiro
Neto, dois dos seis sobreviventes do acidente, voltarem a atuar pela
equipe em 2017.
Os primeiros passos para a Chapecoense se reerguer
Gabriel Jesus
Destaque do Palmeiras na campanha do nono título do Campeonato Brasileiro
e grande surpresa da seleção brasileira, Gabriel Jesus terá o maior
desafio de sua carreira em 2017: despontar no Manchester City, do técnico Pep Guardiola,
e aguentar a pressão, afinal tem apenas 19 anos e sua transferência
custou 32 milhões de euros (cerca de 110 milhões de reais). Não há
dúvidas sobre seu potencial, mas o bom elenco do City certamente lhe
fará suar a camisa para conquistar Guardiola: no ataque, ele brigará com
estrelas como Sergio Aguero, Raheem Sterling, Kevin De Bruyne e Nolito.
Em relação a Jesus, Guardiola deve trabalhar com calma para lapidá-lo o
quanto puder no futebol inglês.
A vez de Neymar
O maior craque brasileiro teve um 2016 irregular. Brilhou intensamente na Olimpíada do Rio
com o inédito ouro, mas perdeu protagonismo no trio de ataque do
Barcelona (Lionel Messi e Luis Suárez foram bastante superiores) e até
na seleção (o que não é necessariamente ruim). Mas, com o Barcelona
prometendo brigar novamente por títulos e a seleção brasileira em alta,
Neymar chegará aos 25 anos com mais maturidade e chances reais de brigar
pelo posto de melhor do mundo. Messi e Cristiano Ronaldo dão os
primeiros sinais de queda, enquanto Antoine Griezmann, Suárez e Gareth
Bale aparecem como possíveis concorrentes. Talento para conquistar o
mundo Neymar já provou que tem. Se colocar a cabeça no lugar e engatar
uma sequência positiva, ele pode, enfim, chegar ao topo.
F1 e UFC: Brasil em baixa
Automobilismo e MMA tiveram um 2016 melancólico no país. E a
tendência para 2017 também não é nada boa. Ainda não está definido se o
Brasil terá um representante na Fórmula 1: Felipe Nasr segue sem
contrato após deixar a Sauber e Felipe Massa, que se “aposentou”, agora repensa sua decisão e pode permanecer na Williams. Mas apesar da perda de prestígio dos últimos tempos, a F1 estará renovada e com dois potenciais heróis: o holandês Max Vesrtappen, de 19 anos, já brilhou intensamente em 2016 e pode entrar de vez na briga pelo título com a Red Bull. E o finlandês Valtteri Bottas pode assumir o posto deixado por Nico Rosberg,
que se aposentou de forma surpreendente dias depois de conquistar seu
primeiro título, e também pode sonhar com o título, caso a Mercedes
consiga mais um ano de domínio absoluto. No UFC, José Aldo (que também
se aposentou e depois mudou de ideia) tentará se firmar novamente como o
rei dos penas, enquanto Ronaldo Jacaré e Demian Maia seguem aguardando
chances por cinturão. Entre as mulheres, a campeã Amanda Nunes e Cris
Cyborg também podem crescer. Mais uma vez, a atração mundial (e
queridinho de Dana White) deve ser o irlandês Conor McGregor. Jon Jones,
suspenso até julho por doping, e Ronda Rousey também sonham em retomar
seus reinados.
Libertadores reformulada
Em ano sem Copa do Mundo, Eurocopa ou Olimpíadas – e com o Brasil
fora, pela primeira vez, da Copa das Confederações – a principal atração
internacional no futebol deve ser a reformulada Copa Libertadores, que
terá nada menos que oito equipes brasileiras: Palmeiras, Flamengo,
Santos, Atlético-MG, Botafogo, Atlético-PR, Grêmio e Chapecoense. Pela
primeira vez, a competição se jogará ao longo de toda a temporada – de
fevereiro a novembro – e desta vez não terá as sempre perigosas equipes
mexicanas. Quem vencer, chegará embalado para o Mundial de Clubes, em
dezembro.
Nova geração de treinadores
Esqueça os medalhões como Felipão, Muricy e Luxemburgo. O ano de 2017
pode marcar a consolidação de uma nova geração de treinadores.
Os clubes mais fortes do país devem apostar em treinadores mais jovens: o
Palmeiras terá Eduardo Baptista (filho de Nelsinho) no lugar de Cuca; o
Atlético-MG terá Roger Machado; e o Flamengo manterá Zé Ricardo. Um
pouco mais experiente, Dorival Júnior, do Santos, também busca a
consagração. Fora da Libertadores, o São Paulo terá a grande novidade
entre os treinadores: o ídolo Rogério Ceni, após um
semestre de estudos no exterior, assumirá o posto que foi de Telê
Santana. No Sul, caberá a Antônio Carlos Zago a missão de reerguer o
rebaixado Internacional.
O trono do tênis em aberto
O ano de 2016 foi atípico para o tênis. O sérvio Novak Djokovic e a
americana Serena Williams, os dois nomes que dominaram o ranking de
forma incontestável, foram enfim superados – e, assim, 2017 vem com
grandes expectativas. Andy Murray, o novo número 1 do mundo, deve seguir
em ascendência: só neste ano, ganhou o Grand Slam de Wimbledon pela
segunda vez, foi campeão na Olimpíada do Rio e conseguiu o maior feito
da carreira ao bater Djokovic no ATP Finals. No feminino, a alemã Angelique Kerber
– melhor atleta ranqueada atualmente e vencedora dos Grand Slams da
Austrália e do US Open – deve seguir na mesma toada. Entre os jovens que
podem mexer com a tabela, Milos Raonic e Dominic Thiem – ambos entre os
dez melhores – são os cotados para surpreender nos maiores torneios.
Esperança no surfe
Mesmo com o título não ficando no Brasil em 2016, o país segue entre
as potências da modalidade (nos últimos dois anos Gabriel Medina e
Adriano de Souza foram os campeões do mundo). Para 2017, serão ao todo
nove surfistas na elite: Filipe Toledo, Gabriel Medina, Adriano Souza –
os postulantes para trazer o terceiro título mundial ao Brasil -,
Wiggolly Dantas, Caio Ibelli, Miguel Pupo, Ítalo Ferreira, Jadson André e
Ian Gouveia. Dois que disputaram o torneio mundial, Alex Ribeiro e
Alejo Muniz, foram rebaixados. Na atual temporada, Medina foi novamente o
destaque, brigando pelo título diretamente com o já campeão John John
Florence.
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