NO QUÊNIA
A Suprema Corte queniana anulou as eleições presidenciais que davam a vitória para Uhuru Kenyatta por fraude. Os apoiadores de Raila Odinga, da oposição, foram às ruas de Nairóbi comemorar - 01/09/2017 (Simon Maina/AFP)
A Suprema Corte do Quênia declarou inválida nesta sexta-feira a vitória do presidente Uhuru Kenyatta em razão de irregularidades cometidas pela comissão responsável pela eleição. Os juízes determinaram a realização de uma nova votação em sessenta dias.
É a primeira decisão do tipo na história do país, que forçará Kenyatta, até então reeleito, a enfrentar novamente o líder de oposição, Raila Odinga.
Maior economia do leste da África, o Quênia faz fronteiras com Uganda, Tanzânia e Somália e tem
um histórico de eleições conflituosas. Uma briga por causa dos
resultados do pleito de 2007, cujo resultado acabou contestado por
Odinga após sua derrota, foi seguida por um princípio de guerra civil na
qual mais de 1.200 pessoas morreram.
O veredicto da Suprema Corte foi apoiado por quatro de seis juízes do
tribunal. “O primeiro inquirido (o comitê eleitoral) fracassou,
negligenciou, ou se recusou a conduzir a eleição presidencial de uma
maneira consistente com o que dita a Constituição”, disse um dos
magistrados.
O advogado de Kenyatta, Ahmednasir Abdullahi, negou os crimes da
comissão eleitoral e afirmou que a decisão foi política. O mais
importante, porém, é que afirmou que a decisão será respeitada. A
declaração é relevante, pois mostra que a posição do atual governo, ao
menos até o momento, não é de estimular um conflito que poderia provocar
uma nova onda de violência.
Odinga disputou as últimas três eleições e perdeu todas as vezes.
Após cada uma, o político alegou que os votos haviam sido manipulados.
Em 2013, a Suprema Corte dispensou sua petição. Desta vez, sua equipe
focou em provar que o processo de contagem e transmissão dos resultados foi falho, em vez de provar quanto dos votos foram manipulados.
(Com Reuters)
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