sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

MPF entra com novo pedido de prisão contra Henrique Alves. Pedido foi apresentado junto com denúncia que aponta prática de irregularidades pelo ex-deputado em financiamentos da Caixa Econômica.

CORRUPÇÃO
 Ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves foi preso em junho no apartamento em que morava, na Zona Leste de Natal (Foto: Frankie Marcone/Futura Press/Estadão Conteúdo)
  Ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves foi preso em junho no apartamento em que morava, na Zona Leste de Natal (Foto: Frankie Marcone/Futura Press/Estadão Conteúdo)

O Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte entrou com um novo pedido de prisão contra o ex-deputado Henrique Alves (PMDB). Segundo o MPF, ele segue “em articulação com os integrantes de seu grupo político, por meio de seus familiares, e vem fazendo contatos com o objetivo de ter sua prisão preventiva revogada, nas instâncias superiores do Poder Judiciário, com base em influência e interferência política”. O pedido de prisão foi feito junto com a apresentação da denúncia divulgada nesta quarta-feira (29) contra Alves. 

Henrique Alves já está preso desde junho, em Natal, quando foi deflagrada pela Polícia Federal a Operação Manus, um desdobramento da Operação Lava Jato que apura corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, na capital potiguar. 

Eles foram denunciados por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, em um suposto esquema de negociação da liberação de financiamentos da Caixa Econômica Federal em troca de propina. Segundo o MPF, o dinheiro sujo conseguido nas operações seria usado na campanha de Henrique Alves ao Governo do Rio Grande do Norte, em 2014. O grupo teria movimentado mais de R$ 4,2 milhões em propinas. 

“A quantia nunca foi declarada à Justiça Eleitoral e é fruto do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro implantado por Henrique Alves e Eduardo Cunha na Caixa Econômica, entre 2011 e 2015, mediante a indicação de aliados políticos para altos cargos no banco, como Fábio Ferreira Cleto e Geddel Vieira Lima”, afirma o Ministério Público Federal em nota enviada à imprensa. 

A defesa de Henrique Alves disse nesta quarta (29) que só se pronunciaria a respeito da denúncia depois de ter acesso ao documento. Nesta quinta (30), a reportagem não conseguiu contato com o advogado. 

Áudios

No dia 8 de novembro, o blog do Matheus Leitão teve acesso a um relatório da Operação Manus que registra gravações telefônicas, com autorização da Justiça, entre o senador Garibaldi e Laurita, esposa de Henrique Eduardo Alves, e também com Larissa, filha do casal. A partir destes áudios, a Polícia Federal passou a suspeitar que o senador Garibaldi Alves e outros familiares do ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves, primo do parlamentar, buscaram ajuda do ex-presidente José Sarney para tentar uma “soltura antecipada” do ex-presidente da Câmara dos Deputados. 


 (Por G1 RN)

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