Um homem de 48 anos foi preso nesta quinta-feira (30) sob suspeita de
ter estuprado e engravidado a própria filha, quando a garota ainda tinha
12 anos de idade. O crime aconteceu na cidade de Nova Cruz, no Agreste
potiguar.
De acordo com o delegado José Carlos, que comanda a Delegacia Regional
de Nova Cruz e realizou a prisão, as investigações tiveram início em
2015. A vítima, já casada e com 17 anos naquela época, contou ao marido o
que havia lhe acontecido e ele procurou a polícia.
O delegado informou que o suspeito começou a abusar da filha quando ela
tinha 10 anos. “Ele começou a contar histórias pra ela, de pais que se
relacionavam com os filhos, colocando coisa na cabeça da menina”, afirma
José Carlos.
O homem se aproveitava dos momentos em que estava sozinho com a menina
em casa e a levava para uma área de mato no quintal da residência, na
zona rural da cidade. “Ele a ameaçava de morte, para que não contasse
nada a ninguém”, conta o delegado.
Aos 12 anos a garota engravidou do próprio pai. “Quando a barriga
começou a crescer, ele inventou uma história que a menina arrumou um
namorado na rua e que o filho era desse namorado”, revela José Carlos.
Já no final da gravidez, a garota contou à mãe o que havia ocorrido,
contudo nenhuma providência foi tomada.
Depois que o bebê nasceu, relata o delegado, o suspeito viajou até Natal e deu a criança para pessoas ainda não identificadas.
Outra vítima
Uma irmã mais velha da menina abusada contou à Polícia Civil em
depoimento que, também quando tinha 10 anos, sofreu investidas do pai.
“Ela disse que, aos 13, para se livrar do assédio, arrumou um marido e
saiu de casa”, disse José Carlos.
Ao todo, a família é composta por seis irmãs. As demais negaram à
polícia que tenham sofrido qualquer abuso do pai. Segundo o delegado
José Carlos, a mãe das garotas também será ouvida, visto que tomou
ciência da situação durante a gravidez e não denunciou o caso.
O suspeito foi detido sob mandado de prisão preventiva e encaminhado à
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, Grande Natal. Em
depoimento, ele confessou o crime à polícia, contudo colocou sobre a
criança a responsabilidade das relações que manteve com ela.
A menina que teve um filho do pai atualmente tem 19 anos e é casada.
Entretanto sofre com transtornos psicológicos e toma remédios
controlados em virtude do trauma. A polícia não tem informações a
respeito do paradeiro da criança doada na capital potiguar.
Os nomes de todos os envolvidos no caso não foram expostos na reportagem pelo G1 para preservar as vítimas.
(Por Rafael Barbosa, G1 RN)
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