Interpretando o político corrupto João Plenário, Saulo Laranjeira contracena com Carlos Alberto de Nóbrega em 'A Praça é Nossa' (SBT/Reprodução)
Conhecido por interpretar o político corrupto João Plenário no humorístico “A Praça É Nossa“, do SBT, o ator Saulo Pinto Muniz (Saulo Laranjeira),
de 62 anos, foi condenado a devolver 341.619,69 reais aos cofres do
governo mineiro. A decisão é do Tribunal de Contas do Estado de Minas
(TCE/MG) e se deve a recursos recebidos da lei estadual de incentivo à
cultura. A prestação de contas ocorreu só 15 anos depois e com recibos
que não teriam ligação com o caso.
O ator – que também é humorista,
apresentador de TV e rádio, cantor, narrador e compositor – recebeu em
2001, através do poder público, 100 mil reais, mas o valor a ser
ressarcido foi corrigido e acrescido de juros. A quantia se destinava à
realização do projeto “Arrumação 2000”, um projeto de programa de
televisão.
O TCE condenou o ator de forma unânime, em decisão proferida pela 1ª
Câmara na sessão de terça, 26, envolvendo o processo instaurado
inicialmente pela Secretaria de Estado da Cultura, em dezembro de 2016,
quando o artista prestou contas.
Segundo o tribunal, Laranjeira só apresentou os recibos “quando da
declaração de indisponibilidade de bens” e eles “não correspondiam à
execução do objetivo proposto”. O relator do TCE, José Alves Viana, diz
que o órgão entendeu que houve “omissão deliberada do dever de prestar
contas” e, por isso, o humorista deveria ser “responsabilizado por dano
ao erário”.
O Projeto Cultural Arrumação 2000 foi um
programa da TV aberta no qual Saulo Laranjeira recebia artistas e
apresentava quadros de humor. Sem dinheiro para a produção (756,9 mil
reais), ele requereu 300 mil reais, mas foi aprovado o valor de 100 mil
reais, que saiu da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).
Carreira
Saulo Laranjeira ficou conhecido na TV
por seu personagem João Plenário, um deputado sem escrúpulos que odeia
pobres. Outro papel que ele vive é o governador Celso Bonitinho, um
corrupto que mesmo na cadeia vive cheio de regalias.
Em setembro de 1990, Laranjeira abriu uma
produtora em Belo Horizonte que, nos últimos dias, permaneceu a maior
parte do tempo fechada. Na quinta, 28, uma funcionária esteve no local e
afirmou que o artista estava em São Paulo e não falaria sobre o
problema com o TCE.
(Por
Estadão Conteúdo)
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