Henry Charles era lotado no presídio federal de Mossoró — Foto: Divulgação / PM
O juiz federal Orlan Donato Rocha, titular da 8ª Vara Federal em
Mossoró, determinou que os cinco réus acusados do assassinato do agente
federal penitenciário Henry Charles Gama e Silva, em abril de 2017, em
Mossoró, vão a júri popular. O magistrado acolheu a denúncia do
Ministério Público Federal de que o crime teve características de
execução e está relacionado ao exercício da função da vítima.
Henry Charles Gama e Silva foi assassinado no dia 12 de abril de 2017,
quando estava em um bar no bairro Boa Vista, na cidade de Mossoró,
região Oeste do RN. Quatro bandidos chegaram em um carro e atiraram
contra ele.
A análise do juiz aponta que a materialidade do crime de homicídio
ficou comprovada após o laudo do exame necroscópico. “Considerando,
dessa maneira, o fatos apresentados, as alegações defensivas dos réus e
as provas angariadas na investigação, observa-se que existem indícios
suficientes de envolvimento dos réus no homicídio do agente Henry
Charles Gama e Silva, capazes de levá-los ao julgamento em plenário pelo
Tribunal do Júri”, escreveu o juiz Orlan Donato Rocha.
Na decisão, o magistrado manteve a prisão preventiva de três acusados,
além da prisão domiciliar de outras duas acusadas do assassinato.
Henry Chaves era agente penitenciário do Presídio Federal de Mossoró. Em fevereiro do ano passado, a Polícia Federal prendeu dois suspeitos de terem realizado o assassinato, que teria acontecido a mando de uma facção criminosa.
Plano para matar agentes
Em julho de 2017 foi
deflagrada a Operação Força e União, que, segundo a PF, visava
desarticular um movimento organizado dentro de presídios federais com o
objetivo de matar agentes penitenciários federais. Cerca de 30
policiais federais cumpriram oito mandados de busca e apreensão no Rio
de Janeiro, em São Paulo, além de mandados de condução coercitiva no Rio
de Janeiro e mandados de prisão preventiva em Mossoró e São Paulo.
À época, os investigadores apontaram que a facção criminosa Primeiro
Comando da Capital (PCC) assassinou dois agentes penitenciários federais
em menos de um ano: Alex Belarmino Almeida Silva, em setembro de 2016,
na cidade de Cascavel (PR), e Henry Charles Gama Filho, em abril de
2017, em Mossoró (RN).
No decorrer da investigação do homicídio de Alex Belarmino, foi
descoberto que a facção tinha planos de executar dois agentes públicos
por unidade prisional. Já em relação a Henry, as investigações indicaram
que sua morte havia sido planejada em 2016 na cidade de São Paulo, e
que teve início através de integrantes do PCC envolvidos na coleta de
dados, preparo da ação e com participação de pessoas próximas da vítima.
(Por G1 RN)
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