sexta-feira, 29 de março de 2019

Discutir afastamento de Bolsonaro seria coisa de semigolpista, diz Gleisi. Ao ser perguntada sobre como seria um possível governo Mourão, a presidente do PT disse acreditar que nada vai mudar

OPOSIÇÃO
 
 Gleisi Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, de encontro com lideranças políticas e militância do PT em Belo Horizonte (Divulgação/Partido dos Trabalhadores/Divulgação)

A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, afirmou, em encontro com deputados do partido em Belo Horizonte nesta quinta-feira, 28,, que, apesar de o governo de Jair Bolsonaro ser confuso, com problemas de articulação e “prioridades contraditórias”, falar em afastamento do presidente seria “coisa de semigolpista”.

“Nós questionamos a eleição de Bolsonaro pela forma como ele foi eleito, com a prisão do Lula, fake news, mas tem uma regra no país. Agora, quem o colocou lá já está falando em afastá-lo, porque tem interesse que algumas coisas andem mais rápido, como a reforma da Previdência”, disse Gleisi.

A petista voltou a criticar a proposta do governo:  “Esse desmonte da Previdência é uma crueldade, do ponto de vista cristão é um pecado”. Ela reitera que “o povo brasileiro está pagando o preço”. Ao ser perguntada sobre como seria um possível governo Mourão, a presidente do PT disse acreditar que nada vai mudar: “A pauta de retirada dos direitos do povo vai continuar, talvez com Mourão com mais competência, o que é muito preocupante”.

Gleisi também comentou a discussão sobre a comemoração do golpe de 1964 e avalia a situação como uma “acinte à democracia brasileira”. Ela lembrou que o PT fez o que foi possível com relação às políticas de memória quando era governo, mesmo que nenhum torturador tenha sido punido. “Nós fizemos a Comissão Nacional da Verdade. Queríamos esclarecer a verdade, mostrar o que aconteceu e, a partir daí, ajudar as vítimas a terem reconhecimento do Estado, e muitas receberem em relação a isso”.

A presidente do PT aproveitou a ocasião para criticar a viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos e chamou o encontro de “vergonhoso”.


(Veja.com.br)

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