O ex-presidente da República, Michel Temer, chega em sua casa em São Paulo (SP), após final de semana na prisão (Amanda Perobelli/Reuters)
A Procuradoria da República em Brasília pediu à Justiça Federal que receba a denúncia contra o ex-presidente Michel Temer (MDB) pelo suposto crime de corrupção passiva, envolvendo a mala de 500 mil reais da J&F. Segundo a denúncia oferecida à época, e ratificada pelo procurador da República Carlos Henrique Martins Lima, os pagamentos poderiam chegar ao patamar de 38 milhões de reais ao longo de 9 meses. Com o fim do foro privilegiado de Temer, o processo foi remetido à primeira instância e tramita na 15ª Vara Federal, em segredo de Justiça.
Em abril de 2017, o então assessor do presidente, Rodrigo Rocha Loures, foi filmado em ação controlada da Polícia Federal recebendo uma mala com 500 mil reais do executivo da J&F, Ricardo Saud. Ele foi um dos alvos da Operação Patmos, deflagrada em maio daquele ano, com base na delação de executivos da holding.
Temer e Loures foram denunciados pela
suposta propina. No entanto, para o ex-presidente, a abertura de ação
foi barrada em votação na Câmara Federal. Como não tinha mais foro
privilegiado, Rocha Loures passou a se defender do processo na 10ª Vara
Federal de Brasília.
A decisão do Legislativo apenas adiou o
processo para Temer, que, após o término do mandato, voltou a se
defender da acusação na Justiça Federal. Em novo pedido, a Procuradoria
pede que a Justiça abra ação penal contra o emedebista.
Segundo o Ministério Público Federal, Rocha Loures supostamente agiu em
nome de Temer e na condição de “homem de confiança” do presidente para
interceder junto à diretoria do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade) – órgão antitruste do governo federal – em benefício da
J&F. Delatores da J&F dizem que foi prometida uma
“aposentadoria” de 500 mil reais semanais durante 20 anos ao emedebista e
ao presidente Temer.
(Por
Estadão Conteúdo)
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