CONGRESSO NACIONAL
Expectativa é a de que, se aprovada em segundo turno pela Câmara, a chamada PEC emergencial siga para promulgação.
A Câmara dos Deputados concluiu no início da madrugada desta
quinta-feira (11) a votação em primeiro turno da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) que autoriza uma nova rodada do auxílio emergencial a
vulneráveis e institui mecanismos de ajuste nas despesas, como
congelamento de salários de servidores, quando há elevado
comprometimento das finanças de União, Estados e municípios.
O
texto ainda precisa ser votado em segundo turno, marcado para sessão
nesta quinta, com início previsto às 10 horas. Em tese, como a Câmara
somente suprimiu um trecho, sem fazer modificações, a expectativa é a de
que, se aprovada em segundo turno, a chamada PEC emergencial siga para
promulgação.
O texto-base da PEC emergencial foi aprovado na
madrugada de terça, 9, para quarta, 10, por 341 votos a favor e 121
contra – o governo precisava do apoio de 308 deputados para a aprovação.
Já os destaques (sugestões de alteração) do texto foram apreciados ao
longo da quarta-feira, 10.
O último, rejeitado, foi um do PCdoB
que propunha retirar o limite de R$ 44 bilhões para o custo total do
auxílio emergencial em 2021. A proposta foi rejeitada por 337 a 151. Com
a apreciação do último destaque, o primeiro turno de votações da PEC
emergencial foi concluído.
Em seguida, o presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP) pautou requerimento para que o segundo turno de
votações possa ser votado imediatamente, sem que seja cumprido o prazo
de pelo menos cinco sessões entre um turno e outro. Ele disse que há
“pelo menos” 11 destaques à proposta depois da votação do texto-base no
segundo turno.
Ao longo da primeira fase de votação, apenas uma
alteração foi aprovada. Os parlamentares derrubaram um dispositivo que
daria mais flexibilidade ao governo na gestão do Orçamento ao aprovar
destaque do PDT, que retirava do texto a possibilidade de desvinculação
de receitas hoje carimbadas para órgãos, fundos ou despesas específicas.
Foram 178 votos a favor e 302 contra a retirada – eram necessários 308
votos contrários para manter o texto do relator.
Segundo apurou a
reportagem, cálculos do governo apontavam inicialmente que o
dispositivo de desvinculação dessas receitas poderia liberar cerca de R$
72 bilhões ao ano. Nos trâmites finais da PEC no Senado, esse valor já
havia caído a cerca de R$ 65 bilhões, pois os congressistas ampliaram a
lista de exceções, ou seja, fundos ou classes de despesas imunes à
vinculação. Como mostrou a reportagem, uma das alterações de última hora
beneficiou ações de “interesse à defesa nacional” e “destinadas à
atuação das Forças Armadas”.
Agora, para o segundo turno, uma
nova alteração, com o aval do governo, também é esperada. O governo
abriu mão de impedir promoções e progressões das carreiras do
funcionalismo, como previsto na PEC do auxílio emergencial, para evitar
que os deputados retirassem todas as contrapartidas fiscais do texto que
autoriza uma nova rodada do benefício. Pela negociação, os servidores
públicos vão continuar com o direito à progressão automática nas
carreiras, com o respectivo aumento nos seus salários.
(Por:Estadão Conteúdo)
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