domingo, 17 de junho de 2018

Brasil coloca calmaria à prova em complicada estreia contra a Suíça. Com Neymar garantido e clima completamente favorável, Brasil encara o sexto colocado do ranking da Fifa em Rostov

COPA  DO MUNDO DA RUSSIA
 Neymar Jr

ROSTOV – Agora é para valer. A seleção brasileira chegou embalada à Rússia graças ao excepcional trabalho realizado por Tite e sua comissão nos últimos dois anos e cercada por um ambiente de calmaria e otimismo. E a boa fase será colocada à prova neste domingo, a partir das 15h (de Brasília), na estreia da Copa do Mundo diante da respeitável seleção da Suíça, na quente Rostov. De toda a primeira fase, este é o jogo que envolve as seleções mais bem posicionadas no ranking da Fifa: o Brasil é o segundo colocado e a Suíça, a sexta.

De penteado mais loiro, Neymar está confirmado e é a grande atração da partida. Segundo o técnico Tite, ele ainda sente os efeitos da lesão no quinto metatarso do pé direito, mas está pronto para brilhar novamente, como já fez nos últimos amistosos. “O Neymar não está 100%, mas é muito privilegiado fisicamente. Os índices de sprints em velocidade máxima são impressionantes e ele não perdeu nada. Não está em sua plenitude, mas já está bem mais evoluído do que pensávamos e está em condições de fazer uma grande partida.”

Tite faz sua estreia em Copas do Mundo com um aproveitamento impressionante em seus dois anos de trabalho na seleção: 21 jogos, 17 vitórias, três empates, uma derrota, 47 gols marcados e apenas cinco gols sofridos. O técnico manterá o rodízio de braçadeiras na Copa do Mundo e elegeu o lateral Marcelo, de 30 anos, seu primeiro capitão.

“Gosto de usar a faixa, estou representando meu país. Lá atrás, quando somos crianças, jogando bola na rua ou na praia, nosso objetivo é vestir a camisa da seleção e hoje estou nesta situação e com a faixa de capitão, não tem nada melhor que isso”, afirmou o jogador do Real Madrid. 

O ataque com Willian, Philippe Coutinho, Neymar e Gabriel Jesus será mantido e, segundo Tite, a troca de passes desde a defesa será uma marca de sua equipe no Mundial. “É nossa ideia de futebol, baseada nas características dos atletas, não porque o técnico quer. O técnico se adapta às características dos atletas, Coutinho e Neymar preferem bola no chão, vamos tentar trabalhar desta forma.” 


O meia Fred, do Manchester United, que lesionou o tornozelo direito em dividida com Casemiro há duas semanas, será o único desfalque para estreia. “Todos os outros estão em condições e preparados para o jogo de amanhã.”

Os perigos da boa equipe suíça

Uma das seleções mais multiculturais da Copa – tem 15 atletas nascidos em outros países ou filhos de estrangeiros – a Suíça cresceu muito sob o comando do técnico Vladmir Petkovic. Na véspera, ele garantiu que o tal “ferrolho suíço”, marcado por suas equipes muito defensivas ao longo das Copas, não existe mais. “Nem sempre precisamos ficar defensivos, precisamos fazer um gol e tentar ganhar o jogo.”


Cleber Xavier, auxiliar de Tite presente na coletiva, concorda e chegou a dizer que este será um dos adversários mais complicados para o Brasil em todo o trabalho da nova comissão. “A Suíça, depois da Copa de 2014, mudou um pouco seu estilo. É mais equilibrada, ofensiva, fez uma grande eliminatória, e que tem força pelos lados, com Rodriguez, Shaqiri, Xhaka, Lichsteiner, é uma equipe que defende bem e sai para o contra-ataque. Das equipes que temos enfrentando, me parece ser a mais forte que vamos enfrentar até agora, claro, com exceção da Alemanha.” Os destaques do time são o meia Granit Xhaka, do Arsenal, e o atacante Xherdan Shaqiri, do Stoke City. 

O capitão da equipe suíça, o experiente Stephan Lichsteiner, da Juventus, admitiu que Neymar é uma preocupação constante para sua equipe. “É praticamente impossível neutralizar o Neymar totalmente em 90 minutos. Depois do Cristiano Ronaldo e do Messi ele é o mais completo. Mas a questão é impor a nossa forma de jogar e usar a nossa forma de jogar.”

Lichsteiner ainda afirmou que o clima quente, de cerca de 25° à noite, não atrapalhará a equipe suíça. “Seria fácil demais dizer que vamos perder por conta do clima. Mas não é assim. Queremos uma solução e não uma desculpa.” E garantiu que a Suíça jogará sem medo. “Vamos correr para frente também.”

Brasil e Suíça integram o Grupo E do Mundial, ao lado de Costa Rica e Sérvia, que se enfrentam neste domingo, às 9h (de Brasília), em Samara.

(Por Luiz Felipe Castro/Placar)

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