sexta-feira, 29 de junho de 2018

Quem tem medo do Brasil? A Bélgica, aparentemente, não. Ao vencerem os ingleses, belgas avançam para o chaveamento mais difícil; Tunísia se despede com vitória

COPA DO MUNDO DA RÚSSIA 2018
 
 Companheiros de time abraçam o belga, Adnan Januzaj, após o gol marcado contra a Inglaterra - 28/06/2018 (Patrick Hertzog/AFP)

Quem tem medo de pegar o Brasil numa eventual fase de quartas? A Bélgica, aparentemente, não. A chamada ‘ótima geração’ belga, devido ao número de craques que brilham em diversos times europeus, poderia ter escolhido o caminho mais fácil: perder o jogo contra a Inglaterra e fugir do lado tido como mais duro do chaveamento, com Brasil, Argentina, França e o Portugal de Cristiano Ronaldo.

Pois venceu por 1 a 0 e, assim, terminou na liderança do Grupo G da Copa do Mundo da Rússia. Na outra partida da chave, a Tunísia venceu por 2 a 1 o carismático Panamá.

Bélgica e Inglaterra, é verdade, escalaram times repletos de reservas. Empatadas em pontos, gols marcados e saldo, o grupo se decidiria pela quantidade de cartões se ninguém marcasse. Os belgas, com uma advertência a mais, aparentemente forçaram mais dois. Pode ter sido, mas porque então os Diabos Vermelhos buscariam o gol? Antes dos dez minutos do primeiro tempo, já haviam ameaçado de forma veemente duas vezes. Os britânicos, por outro lado, finalizaram com desdém nas poucas vezes que chegaram.

O jogo se arrastava em contraste com o animado público de Kaliningrado, que por ser pouco entretido começou a vaiar a partir dos 25. Enquanto isso, as redes sociais fervilhavam. Belgas e ingleses discutindo a possibilidade de enfrentar o Brasil. Uns torcendo para ficar em segundo, outros condenando. O debate esquentou depois do golaço de Januzaj, aos seis do segundo tempo. A euforia da comemoração e o apoio que ele recebeu das estrelas que estavam no banco pareceu enterrar a desconfiança sobre os belgas.
 
E a questão se tornou inglesa: com menos cartões amarelos, perseguir o gol de empate significaria a liderança. “As pessoas estão se esquecendo de que a Colômbia hoje é decente? Toda essa conversa de evitar o Brasil nas quartas pode ser terrivelmente prematura”, alertou o leitor inglês Stu, interagindo com a BBC. Jonathan fez uma previsão: “Se chegarmos às semis, [o técnico] Southgate será considerado um gênio. Se perdermos para a Colômbia, ele nunca se recuperará”.

“Escolher” a Colômbia em detrimento do Japão — que já protagonizara um constrangedor antijogo horas antes — não parece mesmo muito inteligente… O encontro entre ingleses e colombianos será na segunda-feira, 2 de julho, às 15h. No dia seguinte, Bélgica e Japão se enfrentam no mesmo horário.

Ponto alto

Kahzri decidiu a vitória da Tunísia, a segunda da história do país em Copas — a anterior, 3 a 1 sobre o México, há quarenta anos (1978), no Mundial da Argentina.

Ponto baixo

Era esperado, mas não deixa de ser lamentável. O Panamá se despede como último colocado na Rússia, com três derrotas e nove gols negativos de saldo.

Fichas dos jogos

Inglaterra 0 x 1 Bélgica
Local: estádio de Kaliningrado. Árbitro: Damir Skomina (ESL). Público: 33.973. Gol: Januzaj, aos 6 do segundo tempo.


Inglaterra: Pickford; Alexander-Arnold (Welbeck), Jones, Stones (Maguire), Cahill e Rose; Dier, Loftus-Cheek e Delph; Rashford e Vardy. Técnico: Gareth Southgate.


Bélgica: Courtois; Dendoncker, Boyata e Vermaelen (Kompany); Chadli, Fellaini, Dembélé e Thorgan Hazard; Januzaj (Mertens), Batshuayi e Tielemans. Técnico: Roberto Martínez.


Panamá 1 x 2 Tunísia
Local: Arena Mordovia, em Saransk. Árbitro: Nawaf Shukralla (BHR). Público: 37.168. Gols: Meriah (contra), aos 33 do primeiro tempo; Ben Youssef, aos 6, Khazri, aos 21 do segundo tempo.


Panamá: Penedo; Machado, Román Torres (Tejada), Escobar e Ovalle; Gómez; Godoy, Ricardo Ávila (Arroyo), Bárcenas e Rodríguez; Gabriel Torres (Cummings). Técnico: Hernán Darío Gómez.


Tunísia: Mathlouthi; Naguez, Bedoui, Meriah e Haddadi; Sassi (Badri), Chaaleli e Skhiri; Khazri (Srarfi), Ben Youssef e Sliti (Khalil). Técnico: Nabil Maaloul.


 (Por Fernando Beagá/Placar)

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