COPA DO MUNDO DA RÚSSIA 2018
Companheiros de time abraçam o belga, Adnan Januzaj, após o gol marcado contra a Inglaterra - 28/06/2018 (Patrick Hertzog/AFP)
Quem tem medo de pegar o Brasil numa eventual fase de quartas? A Bélgica,
aparentemente, não. A chamada ‘ótima geração’ belga, devido ao número
de craques que brilham em diversos times europeus, poderia ter escolhido
o caminho mais fácil: perder o jogo contra a Inglaterra e fugir do lado
tido como mais duro do chaveamento, com Brasil, Argentina, França e o
Portugal de Cristiano Ronaldo.
Pois venceu por 1 a 0 e, assim, terminou na liderança do Grupo G da Copa do Mundo da Rússia. Na outra partida da chave, a Tunísia venceu por 2 a 1 o carismático Panamá.
Bélgica e Inglaterra, é verdade, escalaram times repletos de reservas.
Empatadas em pontos, gols marcados e saldo, o grupo se decidiria pela
quantidade de cartões se ninguém marcasse. Os belgas, com uma
advertência a mais, aparentemente forçaram mais dois. Pode ter sido, mas
porque então os Diabos Vermelhos buscariam o gol? Antes dos dez minutos
do primeiro tempo, já haviam ameaçado de forma veemente duas vezes. Os
britânicos, por outro lado, finalizaram com desdém nas poucas vezes que
chegaram.
O jogo se arrastava em contraste com o animado público de Kaliningrado,
que por ser pouco entretido começou a vaiar a partir dos 25. Enquanto
isso, as redes sociais fervilhavam. Belgas e ingleses discutindo a
possibilidade de enfrentar o Brasil. Uns torcendo para ficar em segundo,
outros condenando. O debate esquentou depois do golaço de Januzaj, aos
seis do segundo tempo. A euforia da comemoração e o apoio que ele
recebeu das estrelas que estavam no banco pareceu enterrar a
desconfiança sobre os belgas.
E a questão se tornou inglesa: com menos cartões amarelos, perseguir o
gol de empate significaria a liderança. “As pessoas estão se esquecendo
de que a Colômbia hoje é decente? Toda essa conversa de evitar o Brasil
nas quartas pode ser terrivelmente prematura”, alertou o leitor inglês
Stu, interagindo com a BBC. Jonathan fez uma previsão: “Se chegarmos às
semis, [o técnico] Southgate será considerado um gênio. Se perdermos
para a Colômbia, ele nunca se recuperará”.
“Escolher” a Colômbia em detrimento do Japão — que já protagonizara
um constrangedor antijogo horas antes — não parece mesmo muito
inteligente… O encontro entre ingleses e colombianos será na
segunda-feira, 2 de julho, às 15h. No dia seguinte, Bélgica e Japão se
enfrentam no mesmo horário.
Ponto alto
Kahzri decidiu a vitória da Tunísia, a segunda da história do país em
Copas — a anterior, 3 a 1 sobre o México, há quarenta anos (1978), no
Mundial da Argentina.
Ponto baixo
Era esperado, mas não deixa de ser lamentável. O Panamá se despede
como último colocado na Rússia, com três derrotas e nove gols negativos
de saldo.
Fichas dos jogos
Inglaterra 0 x 1 Bélgica
Local: estádio de Kaliningrado. Árbitro: Damir Skomina (ESL). Público: 33.973. Gol: Januzaj, aos 6 do segundo tempo.
Inglaterra: Pickford; Alexander-Arnold (Welbeck), Jones, Stones
(Maguire), Cahill e Rose; Dier, Loftus-Cheek e Delph; Rashford e Vardy.
Técnico: Gareth Southgate.
Bélgica: Courtois; Dendoncker, Boyata e Vermaelen (Kompany); Chadli,
Fellaini, Dembélé e Thorgan Hazard; Januzaj (Mertens), Batshuayi e
Tielemans. Técnico: Roberto Martínez.
Panamá 1 x 2 Tunísia
Local: Arena Mordovia, em Saransk. Árbitro: Nawaf Shukralla (BHR).
Público: 37.168. Gols: Meriah (contra), aos 33 do primeiro tempo; Ben
Youssef, aos 6, Khazri, aos 21 do segundo tempo.
Panamá: Penedo; Machado, Román Torres (Tejada), Escobar e Ovalle; Gómez;
Godoy, Ricardo Ávila (Arroyo), Bárcenas e Rodríguez; Gabriel Torres
(Cummings). Técnico: Hernán Darío Gómez.
Tunísia: Mathlouthi; Naguez, Bedoui, Meriah e Haddadi; Sassi (Badri),
Chaaleli e Skhiri; Khazri (Srarfi), Ben Youssef e Sliti (Khalil).
Técnico: Nabil Maaloul.
(Por
Fernando Beagá/Placar)
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