sábado, 16 de junho de 2018

Escola de samba é lançada em Natal com proposta de exaltar povo negro do Brasil. Grupo pretende desfilar no grupo de acesso do carnaval natalense em 2019.

CULTURA
 Escola de Samba Batuque Ancestral surge com proposta de exaltar movimento negro do Brasil (Foto: Rafael Barbosa/G1)
 Escola de Samba Batuque Ancestral surge com proposta de exaltar movimento negro do Brasil (Foto: Rafael Barbosa/G1) 

Uma escola de samba que se propõe movimento cultural e social foi lançada em Natal no mês passado, para disputar no grupo de acesso dos desfiles do carnaval de 2019. A Associação Recreativa Cultural Escola de Samba Batuque Ancestral chega ao cenário carnavalesco potiguar com a ideia de exaltar em seus sambas-enredo o povo negro do Brasil. 

O lançamento da Batuque Ancestral aconteceu em maio, mas a ideia de fundar a escola foi plantada no mês de janeiro deste 2018, segundo conta o presidente, Carlos Britto. A escola é fruto da inquietação de uma turma de amigos do samba, frequentadores das rodas do Beco da Lama, no Centro da cidade. 

A proposta é colocar o bloco vermelho, branco e preto na rua driblando a burocracia dos financiamentos públicos. Britto conta que um grupo de pessoas se reuniu para contribuir mensalmente com dinheiro e conseguir o feito. “Estipulamos o valor mensal dividido pela quantidade de pessoas para que tenhamos o dinheiro necessário para colocar a escola na avenida no ano que vem”, explica.

Movimento cultural

A vontade dos idealizadores da Escola Batuque Ancestral é ir além do carnaval. Para o ano que vem, o grupo espera ter um espaço próprio, e disponibilizar para uso da comunidade. O barracão da Batuque deve ficar na Ribeira ou na Cidade Alta, Zona Leste da capital potiguar. 

Por lá, a diretoria da escola de samba quer fornecer aulas de dança, capoeira, promover a formação dos percussionistas, mestres-salas, porta-bandeiras, que posteriormente virão a integrar o time da Batuque Ancestral. “A ideia de escola de samba como escola, mesmo, de aprendizado”, complementa Carlos Britto.

Candeia na estreia

Enquanto essa etapa não chega, o foco é no carnaval de 2019. O sambista Antônio Candeia Filho será o homenageado da escola de samba natalense, em representação aos compositores negros brasileiros. O samba-enredo do primeiro desfile da Batuque fala da vida do compositor carioca, e já teve o aval da filha dele, Selma Candeia, para ganhar a avenida. 

Candeia se envolveu muito jovem na Portela, no Rio de Janeiro, e é autor de vários sambas conhecidos na música brasileira, tais como “Minhas Madrugadas” e “Testamento de Partideiro” 

O enredo “Candeia guerreiro! Cultura, negritude, axé, lição”, assinado pelo carnavalesco Sávio Medeiros Lorenzo, será lançado em outubro. Para o desfile, o presidente Carlos Britto adiantou que haverá participantes com deficiência física compondo a escola. “Candeia era paraplégico e daí surgiu a ideia de um desfile inclusivo”, justifica.

Eventos para arrecadação

Além das contribuições mensais dos colaboradores, a escola de Samba Batuque Ancestral vai realizar eventos no decorrer do ano, para juntar recursos e contribuir com a produção do desfile. O primeiro acontecerá neste domingo (17), uma roda de samba para assistir à estreia da seleção brasileira na Copa da Rússia, contra a Suíça. 

A festa é gratuita e vai acontecer na Rua Vereador Pereira Pinto, bairro Alecrim, Zona Leste de Natal. No local terá feijoada e cerveja à venda, e a cantora Didi Assis lançará no mesmo evento o seu novo disco, “Giramundo”. 

Carlos Britto adianta que o grupo tem intenção de fazer mais festas durante 2018, rodas de samba que vão auxiliar na captação de dinheiro. “A Batuque é uma reunião de amigos, uma grande festa. Então a intenção é sempre festejar”. 

 Bandeira da Escola de Samba Batuque Ancestral (Foto: Rafael Barbosa/G1)
 Bandeira da Escola de Samba Batuque Ancestral (Foto: Rafael Barbosa/G1)

(Por Rafael Barbosa, G1 RN) 

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