O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que a
presidente Dilma Rousseff ainda avalia a possibilidade de ela mesma
levar a mensagem ao Congresso nesta terça-feira, 2, durante a cerimônia
de reabertura dos trabalhos legislativos.
Na
semana passada, o ministro afirmou que a presidente havia delegado a ele
a missão de ir conversar com os parlamentares. Essa seria uma atitude
inédita desde que Dilma assumiu a Presidência, em 2011. Todos os anos,
ela costuma delegar essa tarefa ao titular da Casa Civil.
Em
meio ao processo de impeachment, a ida de Dilma ao plenário da Câmara
seria um gesto de afago à base aliada e serviria para que a presidente
apresentasse propostas para superar não só a crise política, mas também a
econômica.
A atitude tem sido encorajada por
auxiliares palacianos, como o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de
Governo). Há, no entanto, o receio de como a presidente seria recebia
pela oposição, diante do clima de divisão em que se encontra o
parlamento.
Segundo Wagner, Dilma vai usar a
mensagem para pedir apoio aos parlamentares, mas "evidentemente" não
tocará no tema impeachment. "Essa agenda é uma agenda do Congresso, o
assunto não está na agenda da presidente", disse.
O
ministro disse ainda que "não conhece" o teor completo da fala da
presidente, mas que com certeza irá falar do combate do Aedes aegypti,
transmissor da dengue e do zika vírus, além de abordar a atual crise
econômica e as pautas que estão tramitando no Congresso, como a volta da
CPMF.
"Eu não conheço a fala da presidente, ela
preparou com as pessoas de seu entorno, a sua assessoria. Sei que ela
vai falar da zika, evidentemente que vai falar da situação econômica e
vai falar das medidas que estão no Congresso e que ela gostaria que
fosse acelerada sua votação. Provavelmente ela vai falar da CPMF, porque
é uma das medidas que nós consideramos muito importantes", afirmou.
Na
semana passada, durante reunião do Conselhão, Dilma reconheceu que
muitos podem ter dúvidas ou até se opor ao tributo, mas pediu
"encarecidamente" que reflitam sobre a "excepcionalidade do momento" que
torna a CPMF a "melhor solução". Na ocasião, ela também defendeu a
necessidade de aprovar uma reforma na Previdência. A medida não tem
apoio nem mesmo do seu partido, o PT.
por: Carla Araújo
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