Na véspera do retorno dos trabalhos do Congresso, levantamento
divulgado nesta segunda-feira, 1, pelo Instituto Ipsos, organização
especializada em pesquisas eleitorais que atua em 87 países, mostra que
60% dos entrevistados se dizem favoráveis ao impeachment da presidente
Dilma Roussef, 22% são contrários e 18% estão indecisos.
Com
a volta das atividades dos três Poderes em Brasília, o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende apresentar, nesta segunda,
questionamentos ao rito do processo de impeachment estabelecido no final
do ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em dezembro, a
corte decidiu que o Senado tem autonomia para barrar o impeachment
contra a petista, mesmo após eventual aprovação do processo na Câmara.
Cunha entendeu, porém, haver dúvidas sobre a decisão e deve entrar com
os chamados "embargos de declaração".
Rumos
De
acordo com a pesquisa Ipsos, Dilma também começa o ano de 2016 com a
popularidade em baixa. Para 79% dos entrevistados sua gestão é
considerada ruim ou péssima, 15% a classificaram como regular e apenas
5% como ótima ou boa. Para 92% dos entrevistados, o Brasil está no rumo
errado. Em outubro de 2014, momento das eleições presidenciais, a
maioria (60%) achava que o País estava no rumo certo, segundo
levantamento do instituto.
A popularidade dos
partidos políticos também foi aferida na pesquisa. O PT ainda é o mais
popular, com 6% das preferências, seguido de perto por PMDB e PSDB,
ambos com 4%. A maioria, 82% dos entrevistados, disse não ter um partido
preferido. Em 2002, o PT também era o preferido, com 28%, o PSDB tinha
10% e o PMDB, 6%.
Lava Jato
A
pesquisa Ipsos também fez perguntas sobre a Operação Lava Jato Entre os
entrevistados, 94% já ouviram falar da operação da Polícia Federal e do
Ministério Público, mas apenas 36% sabem detalhes a respeito da
investigação que apura denúncias de desvios de verbas em contratos da
Petrobras.
"A pesquisa revela que a Lava Jato
está de alguma forma na cabeça dos brasileiros, mas as pessoas não sabem
os detalhes da operação", diz o pesquisador norte-americano Cliff
Young, presidente de Ipsos Public Affairs nos EUA, área responsável
pelas pesquisas de opinião pública. Ele veio ao Brasil para apresentar
os resultados da pesquisa na Universidade de São Paulo nesta
segunda-feira. Segundo Young, a presidente Dilma está entre as mais
impopulares do mundo. "No último ano do governo Bush, por exemplo, a
aprovação dele era de 20%. Na Venezuela o presidente Maduro tem cerca de
15% de aprovação."
O levantamento realizou 1.200 entrevistas pessoais e domiciliares em 72 municípios, entre os dias 13 e 27 de janeiro.
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