Capital com maior eleitorado do
país – 8,9 milhões de pessoas – São Paulo chega neste domingo ao dia da
eleição com um cenário ainda incerto: a disparada do tucano João Doria
nas pesquisas de intenção de voto indica que ele estará com folga no
segundo turno, mas seu adversário em 30 de outubro não está definido.
Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB) e Fernando Haddad (PT)
estão embolados na briga pela segunda vaga na disputa.
Independente de quem garantir a vaga,
todos terão que lidar com o favoritismo de João Doria, que cresceu 25
pontos porcentuais em um mês. A última pesquisa do instituto Datafolha
indica ainda que o tucano também lidera no segundo turno
independentemente do adversário. Já se Haddad não mantiver a tendência
de crescimento das últimas pesquisas, São Paulo terá pela primeira vez
desde 1992 uma disputa de segundo turno sem um candidato do PT.
Confirmado o favoritismo de Doria, sua
vitória consolidará uma nova tendência na política paulistana. Nas
últimas três eleições, candidatos que iniciaram a eleição com menos de
10% nas intenções de voto conseguiram, apoiados por nomes mais conhecidos, passar ao segundo turno e vencer a eleição.
Em 2008, o vice-prefeito Gilberto Kassab,
apoiado pelo então prefeito José Serra, começou a eleição com 8% das
intenções de voto e venceu Marta Suplicy no segundo turno. Em 2012, após
iniciar a corrida eleitoral com 7%, Fernando Haddad, apoiado por Lula,
derrotou o tucano José Serra.
Em 2016, Doria, apoiado pelo governador
Geraldo Alckmin, poderá dar o troco tucano em Haddad. O benefício será
duplo. Além de garantir a liderança política da maior capital brasileira
para o PSDB, Doria ainda alavancará a campanha de seu padrinho político
na corrida presidencial de 2018.
Por
Pieter Zalis/Veja
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