segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Chape retoma futebol com Copinha e viagem de ônibus a SP. Elenco sub-20 da equipe catarinense embarcou rumo a Porto Feliz, onde enfrenta o Nova Iguaçu amanhã

FUTEBOL

A Chapecoense volta a respirar futebol neste domingo, no primeiro dia do ano, quando 20 garotos das categorias de base do clube embarcam para a cidade de Porto Feliz, no interior paulista, para a disputa da 48ª edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Na bagagem, o sonho de ajudar na reconstrução da equipe após o trágico acidente aéreo que deixou 71 mortos – 19 deles pertenciam ao elenco profissional do clube catarinense.

A viagem da garotada da Chape será feita de ônibus por conta do baixo orçamento e deverá durar pelo menos 19 horas. O primeiro desafio do time será terça-feira, às 16h, contra o Nova Iguaçu/RJ. Além do time fluminense, a Chapecoense enfrentará na primeira fase da Copinha o Desportivo Brasil (SP) e o Sampaio Corrêa (MA). A preocupação é manter a equipe sub-20 focada no resultado. Por isso, um intenso trabalho psicológico está sendo realizado desde que os garotos receberam a notícia do acidente com o avião da Lâmia.

Outro apoio importante vem das famílias. Para o pai do atacante Tiago Pato, de 17 anos, que está na Chapecoense desde maio de 2016 (antes jogava no Avaí), e que também viaja para São Paulo neste domingo, o momento acaba sendo de bastante exposição, uma “vitrine” que exige resultado.

“Ele se espelha muito nos jogadores que perderam a vida no acidente e nesse momento eles sentem essa responsabilidade de representar bem o clube. O Tiago está bastante focado. A gente tenta passar confiança para que ele possa enfrentar bem esse desafio e trazer um bom resultado”, diz.

A direção da Chapecoense quer evitar o distanciamento do objetivo, que é voltar de São Paulo com bons resultados. Mas o que impressiona os cartolas é a maturidade dos atletas.

“Todos ainda sentem muito tudo o que aconteceu e o próprio fato de jogar na Chape nesse momento já é, por si só, uma pressão. Eu vejo que a cabeça da maioria deles já está preparada. Mesmo que involuntariamente, eles já tomaram para si a responsabilidade de dar conta”, diz Cezar Dal Piva, o Mano, diretor das categorias de fase do clube.

Apesar da tragédia, os meninos das categorias de base vivem um momento de oportunidades. “Hoje a gente tem um elenco bem jovem, formados nas escolinhas da Chapecoense. Alguns com idade para disputar a Copa São Paulo já foram incluídos no grupo principal do profissional, onde eles vão ficar fazendo a pré-temporada com o técnico Vagner Mancini. Assim, outras vagas foram abertas no time da Copinha”, diz o treinador da equipe sub-20 do time catarinense, Emerson Cris.

(com Estadão Conteúdo)

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