sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Lava-Jato prende presidente da Fecomércio, Orlando Diniz, por esquema com Cabral

LAVA JATO
 Orlando Diniz, presidente da Fecomércio

RIO - Com a ajuda do ex-governador Sérgio Cabral, o presidente afastado da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio), Orlando Diniz, desviou, segundo a investigação, ao menos R$ 3 milhões de duas entidades do Sistema "S", o Sesc e o Senac-RJ, para a Thunder Assessoria Empresarial, firma na qual figura como sócio-administrador. Esta conexão, apontada pela força-tarefa da Operação Calicute, versão da Lava-Jato no Rio, é um dos fundamentos do mandato de prisão preventiva de Diniz nesta sexta-feira, ordenada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Os agentes estão na casa do pai do empresário, no Leblon, zona sul do Rio e também na sede da Fecomércio. Outros três funcionários da entidade também são alvos de mandados de prisão.

A operação de hoje foi denominada "Jabuti", em referência à maneira como eram tratados os indicados por Cabral pelos funcionários da Fecomércio.

 Policiais federais à porta do apartamento de Orlando Diniz, presidente da Fecomercio
 Policiais federais à porta do apartamento de Orlando Diniz, presidente da Fecomercio Foto: Paulo Nicolella

De acordo com a investigação, Diniz subtraiu o dinheiro das entidades entre 2010 e 2015. Para isso, segundo evidências colhidas pelos procuradores, usou notas fiscais frias emitidas, a pedido de Cabral, por duas empresas: a Dirija Veículos e a Viação Rubanil. Diniz - afastado atualmente do cargo por meio de uma liminar - e os demais suspeitos são acusados de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e de organização criminosa.

(Chico Otavio e Daniel Biasetto - O Globo)

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