sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Idosa é torturada e mantida refém por traficantes da favela Kelson's, na Penha

RIO DE JANEIRO
 Idosa de 66 anos foi torturada em comunidade na Penha

Uma idosa de 66 anos foi torturada dentro da própria casa, na noite da última terça-feira, por traficantes da comunidade do Kelson's, na Penha, Zona Norte do Rio. Criminosos invadiram a residência da vítima e a agrediram depois de acusá-la de “X-9”, termo usado para designar pessoas que são informantes da polícia. Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) receberam a denúncia e conseguiram resgatar a mulher com vida.

Segundo o delegado Hilton Alonso, titular da DRFC, a idosa estava bastante machucada. Ela contou aos policiais que foi espancada com socos, chutes e coronhadas e teve parte de seu cabelo cortado com uma faca. A vítima disse ainda que tomou choques pelo corpo. Os criminosos a ameaçaram também com uma arma e chegaram a colocar uma granada dentro de sua boca.

Após ser resgatada pela equipe, ela foi medicada e está na casa do irmão, fora da comunidade. O delegado Alonso informou que a mulher é catadora de lixo, mora sozinha e não prestava nenhuma ajuda à polícia, como suspeitavam os bandidos. Ainda segundo ele, pelo menos oito traficantes participaram das sessões de tortura. A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o caso e identificar os envolvidos.

O crime aconteceu no mesmo dia em que as Forças Armadas, junto com as polícias civil e militar, fizeram uma grande operação na região — a maior ação de integração desde o início das atividades das tropas, em julho do ano passado, segundo o coronel Roberto Itamar, porta-voz do Comando Militar do Leste.

Os agentes receberam a denúncia sobre a idosa por volta das 22h, quando as equipes já haviam deixado a favela. A delegacia, com o apoio de outras duas especializadas (DECOD e CORE), realizou uma nova incursão no local e conseguiu encontrar a senhora. 

A favela da Kelson's fica ao lado do Centro de Instrução Almirante Alexandrino (CIAA), considerado o maior e mais diversificado centro de formação de praças da Marinha do país. De acordo com Alonso, o local tem sido alvo frequente de ações da especializada, que busca reprimir o roubo de cargas associado ao tráfico de drogas. 

 (Dayana Resende/Extra.Globo.com)

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