O Rio Grande do Norte tem 6.537 pessoas esperando na fila para realizar
endoscopia, segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS). A
pasta informou que existe um pacto entre os municípios para que o exame
seja realizado nas unidades de responsabilidade da administração da
capital, apesar de ser o Estado a esfera de poder que custeia os
procedimentos. Ainda segundo a SMS, mil usuários aguardam para fazer
colonoscopia.
A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte (DPE/RN) entrou
com uma Ação Civil Pública solicitando que seja ampliada a realização de
exames de endoscopia e colonoscopia na rede municipal de saúde.
De acordo com a Defensoria, a ação que tramita na 6ª Vara da Fazenda
Pública de Natal foi aberta após o Núcleo Especializado de Defesa da
Saúde da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte (NUDESA) do
órgão ter sido acionado por usuários do Sistema Único de Saúde. Eles
relataram que aguardam há mais de seis meses e, em alguns casos, há mais
de um ano, por uma autorização para realização dos exames.
“Um dos usuários que nos procurou, por exemplo, era um idoso que se
encontrava há um ano e quatro meses inscrito na lista de regulação
aguardando uma autorização para realização de uma endoscopia digestiva. A
solicitação dele foi reinserida no Sistema em 08 de abril de 2016.
Ainda assim, em 23 de maio de 2017, o e-mail encaminhado ao Setor de
Regulação atestava a ausência de marcação no único prestador do
Município do Natal, o Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol))”,
explica a defensora Claudia Carvalho Queiroz, responsável pela ação.
À Defensoria Pública, a Secretaria Municipal de Saúde informou que,
através do Huol, realiza mensalmente 103 endoscopias (adulto e infantil)
e 75 colonoscopias. Em respostas a ofícios enviados, o Executivo do
Município explicou que, para reduzir a lista de espera, emitiu uma Nota
Técnica determinando a reavaliação do quadro clínico dos pacientes que
estejam na fila há mais de seis meses, o que levou, em vários casos, a
suspensão da solicitação do exame.
“Trata-se, na verdade, de uma forma de postergar a resolução do
problema, que é exatamente a ausência de prestadores contratados em
número suficiente para atender a demanda. Com essa metodologia de
reavaliação, foram negadas, por exemplo, 3.300 solicitações que estavam
cadastradas há mais de seis meses, reduzindo a lista de regulação dos
procedimentos de colonoscopia em mais de 1/3 e reiniciando o cadastro
dos usuários, que terão que comparecer às Unidades de Saúde e solicitar
nova consulta médica”, explica a defensora.
Na ação, a Defensoria solicita que a Justiça suspenda a Nota Técnica
que determina a reavaliação das solicitações de exames e obrigue o
município a proceder, no prazo máximo de 60 dias, a contratação de
outros prestadores ou a habilitação de mais de um serviço público para
realização dos procedimentos de colonoscopia e endoscopia digestiva pela
rede pública de saúde.
(Por G1 RN)
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