RIO PITIMBU
Voluntários retiram lixo do Rio Pitimbu (Foto: Alberto Leandro/arquivo/PortalNoar)
O Governo do Estado irá providenciar um projeto e orçamento
específico de recuperação do leito do rio Pitimbu e das áreas de
preservação permanente (APPs) em seu entorno. Esse foi o acordo feito
pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) com o Instituto de
Defesa do Meio Ambiente (Idema) e o Instituto de Gestão das Águas do RN
(Igarn), perante o Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública da comarca de
Natal nesta semana, no âmbito da ação civil pública para a recuperação
do rio ajuizada pelo MPRN em 2014.
O projeto deverá contemplar, entre outros aspectos, a delimitação da
área a ser recuperada, a metodologia, o cronograma, a quantidade de
mudas, tipos, espécies, identificação dos proprietários, guia de
execução e de monitoramento.
Com cerca de 35 quilômetros de extensão, o Rio Pitimbu é um dos
principais mananciais aquíferos que abastecem a população de Natal. O
compromisso do Estado é a apresentação do acordado em duas etapas. A
primeira, em seis meses, deverá ser o projeto executivo de recuperação
da mata ciliar e das nascentes. A segunda, em 12 meses, dirá respeito ao
projeto de desassoreamento, que inclui os estudos hidrológicos mais
detalhados, inclusive com topografia do leito do rio.
Para a 28ª promotora de Justiça de Natal, Gilka da Mata, a audiência
foi positiva. “Estamos conseguindo avançar e confiantes de que vamos
alcançar o objetivo que é a recuperação desse rio importante para
Natal”, destacou.
Entenda o caso
A ação foi ajuizada em 31 de março de 2014. Em 17 de novembro de
2016, uma decisão judicial determinou, entre outras obrigações, que o
Estado do RN apresentasse a identificação das áreas degradas para
elaboração e implementação de projetos de recuperação ambiental e
apontasse as áreas a serem especialmente protegidas, em razão da sua
relevância ambiental.
Ainda nessa mesma decisão, foi determinada nova fiscalização para
identificar as atividades não licenciadas e que utilizam o manancial.
Então, o Estado apresentou estudos realizados em 2004, 2006 e 2009
(este, o MPRN já havia juntado aos autos). No último dia 19, apresentou
no processo, uma compilação desses estudos e informações sobre as
últimas vistorias que órgão ambiental realizou ao longo do rio.
Em síntese, o diagnóstico apresentado revelou grave situação de
assoreamento e de desmatamento da mata ciliar. Ao todo, foram detetados
31 pontos de assoreamento ao longo do rio. Alguns mapas demonstram
margens do rio totalmente descaracterizadas. Há preocupação específica
com a cabeceira do rio Pitimbu em Macaíba.
Todos os estudos e diagnósticos indicam a necessidade de recuperação
das áreas do entorno de nascentes e das Áreas de Proteção Permanente
(APPs). Além disso, há necessidade urgente de recuperar a faixa de
proteção do rio e de dragagem dos pontos de assoreamento.
(Portal no Ar)
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