NOVO GOVERNO
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, marcha durante um evento para
celebrar o 73º aniversário da Brigada de Infantaria Parquedista no Rio
de Janeiro - 24/11/2018 (Ricardo Moraes/Reuters)
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse neste
sábado que não tem pressa para fechar seu ministeriado, embora tenha
manifestado que já gostaria de ter definido todos os nomes.
Bolsonaro, que não deu prazo para a escolha de todos os
ministros, negou que tenha sofrido pressão de evangélicos para a
definição do ministro de Educação, anunciado nesta semana.
“Já queria ter fechado o ministério, mas isso é como casar. Você pode
namorar muitas, mas noivar e casar só com uma”, disse ele a
jornalistas, depois de participar de uma cerimônia militar na zona oeste
do Rio de Janeiro.
Os nomes para muitos ministérios já foram definidos. Mas falta, por
exemplo, saber quem comandará o Ministério de Minas e Energia,
estratégico em um país como o Brasil, grande exportador de
commodities. “Todos os ministérios são importantes e precisam ser muito
bem discutidos, e a gente não pretende anunciar nome e depois trocar”,
completou o presidente eleito.
Esta semana, houve polêmica em torno da escolha do ministro da
Educação, depois de uma suposta pressão da bancada evangélica. Bolsonaro
escolheu Ricardo Vélez Rodríguez, após a bancada.
religiosa ter
supostamente vetado o nome de Mozart Neves, diretor do Instituto Ayrton
Senna.
O presidente eleito negou a pressão dos evangélicos na definição do
ministro, mas destacou a importância do segmento religioso para seu
governo e para o país. “Não teve pressão nenhuma (da bancada
evangélica). Várias pessoas me procuram, são indicadas, eu converso com
todo mundo e, como vocês dizem na imprensa, ‘comeram barriga’. Citaram
um nome que não tinha sequer anunciado”, afirmou ele.
“A bancada evangélica é importante, não é para mim, é para o Brasil… A
pessoa indicada não é evangélica, mas atende àquilo que a bancada
evangélica defende como os princípios, valores familiares, respeito à
criança. Formar alguém que seja útil para o Brasil e não para o seu
partido”, complementou.
Rodríguez, escolhido para ministro da Educação, é um defensor da
Escola sem Partido, e foi indicado ao presidente eleito pelo filósofo
Olavo de Carvalho –que também emplacou Ernesto Araújo no Ministério das
Relações Exteriores.
Venezuela – Sobre a entrada de venezuelanos em
Roraima, para fugir da crise econômica no país vizinho, o presidente
eleito disse que é preciso buscar uma solução conjunta para os
imigrantes. Segundo ele, os venezuelanos não podem ser devolvidos ao seu
país “porque não são mercadorias”.
Bolsonaro cogitou a possibilidade de criação de campo de refugiados
em Roraima e defendeu um rígido controle na entradas dos venezuelanos,
“porque tem gente que não queremos no Brasil”.
Evento militar – Na manhã deste sábado, Bolsonaro
participou da cerimônia do aniversário de 73 anos da brigada da
Infantaria de Paraquedista, na Vila Militar, em Deodoro, zona oeste do
Rio. Também estavam no local o General Augusto Heleno, indicado para
ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o general da reserva
Fernando Azevedo e Silva, que será o ministro da Defesa, o governador
eleito pelo Rio, Wilson Witzel, e o interventor federal na segurança do
Rio, general Braga Neto.
Durante o evento, também haverá a formatura de uma turma de
paraquedistas. O presidente eleito se formou no curso de paraquedista
militar no ano de 1977 e serviu no 8º Grupamento de Artilharia de
Campanha Paraquedista, no período de 1983 a 1986. Durante seus mandatos
como parlamentar, era comum Bolsonaro, participar destes eventos aos
sábados, no Rio.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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