RAUL JUNGMANN
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, participa de entrevista
coletiva em Brasília (DF) - 28/02/2018 (Ueslei Marcelino/Reuters)
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta-feira, 23, no Rio de Janeiro, que não há garantias de que o assassinato da vereadora Marielle Franco
e de seu motorista, Anderson Gomes, conseguirá ser elucidado ainda este
ano. Segundo Jungmann, “existiria uma grande articulação envolvendo
agentes públicos, milicianos e políticos” atuando para impedir a
resolução do caso. “Eu diria que (o envolvimento deles no crime) é mais
do que uma certeza”, insistiu.
Jungmann declarou que a Polícia Federal passou a atuar mais
diretamente no caso há apenas três semanas, apesar de ter se oferecido
para ajudar nas investigações no dia seguinte ao assassinato, em março –
o que foi descartado pelo Estado.
“A Polícia Federal – que nós oferecemos mais de uma vez que ela
viesse para cá – é uma das melhores polícias investigativas do mundo, e
eu acredito que ela vai, sim, avançar. Vai avançar esclarecendo o complô
dos poderosos, dos podres poderes, que eu tenho certeza que é
fundamental acabar com eles para o bem da sociedade do Rio de Janeiro”,
afirmou Jungmann, após participar de seminário organizado pela FGV, no
Rio.
“A procuradora-geral da República (Raquel Dodge) teve acesso a duas
testemunhas. Uma é o Orlando Curicica e outra que permanece no
anonimato, em que são feitas gravíssimas, enfatizo, gravíssimas
acusações a agentes públicos aqui do Rio de Janeiro. Fica claro que
existiria uma grande articulação envolvendo agentes públicos,
milicianos, políticos, num esquema muito poderoso que não teria
interesse na elucidação do caso Marielle, até porque estariam envolvidos
nesse processo – se não tanto na qualidade daqueles que executaram, na
qualidade de mandantes”, disse o ministro.
Jungmann não quis dizer quem seriam os investigados, mas que eles são
“poderosos, muito poderosos”. O ministro tampouco revelou se dentre os
investigados estão políticos já presos por outros crimes. “Eu gostaria
que estivessem todos presos, e ficarei muito feliz no dia em que
estiverem todos na cadeia.”
Jungmann assegurou que o caso será elucidado ainda que com atraso.
“Nós vamos chegar em quem for. A Polícia Federal tem distanciamento
suficiente, e é fundamental para poder avançar nesse processo de faxina
do Rio de Janeiro, e é disso que se trata.”
(Por
Estadão Conteúdo)
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