LIBERTADORES
© Jose Luis Gonzalez / Reuters
Sempre bastante firme em seus
posicionamentos, o ídolo argentino Diego Maradona não poderia deixar de
comentar as cenas de barbárie vistas nos arredores do Monumental de
Núñez no último sábado, que adiaram a final da Libertadores entre River
Plate e Boca Juniors. O técnico do Dorados de Sinaloa, do México,
lamentou o ocorrido.
"O que aconteceu no meu país é lamentável, está tudo fora de órbita.
Na Argentina, hoje, é um terror ir para o campo. Lamentavelmente, tenho
que dizer que sou muito argentino, que odeio a violência e que merecemos
o que temos", declarou após seu time garantir vaga na decisão da
segunda divisão mexicana.
Crítico ferrenho do presidente da
Argentina, Mauricio Macri, que presidiu o Boca Juniors por 12 anos,
Maradona culpou a crise vivida no país e o governo pelas atitudes de
torcedores do River Plate, que apedrejaram o ônibus que levava o time
rival para o estádio.
"A presidência que o Macri está fazendo é a pior de todos os tempos.
Nós, argentinos, merecemos o que temos porque fomos nós que votamos. Ele
(Macri) foi filho de milionários por toda a vida, por que vai se
importar com uma criança de cinco anos em coma?", disparou.
Maradona
explicou que a violência vista no sábado e em outros momentos recentes
no país é fruto do desespero gerado pela crise. "Não há segurança, há
roubos, as pessoas não comem. O presidente prometeu - não para mim,
porque nunca votei e nunca votaria nele - e enganou muita gente, dizendo
que ia mudar isso e aquilo. E hoje estamos pior que há muito tempo."
O
apedrejamento do ônibus do Boca provocou lesões na região dos olhos de
dois jogadores, os meias Pablo Pérez, que é o capitão do time, e Gonzalo
Lamardo. Além disso, outros atletas passaram mal, pois um artefato
contendo gás pimenta também foi atirado no veículo, e torcedores do
River entraram em confronto com a polícia e invadiram o Monumental de
Núñez.
Diante deste cenário, um longo impasse gerou o clima de
incerteza visto por horas no sábado. O horário do jogo chegou a ser
adiado em duas oportunidades. Somente quando as diretorias de River e
Boca entraram em acordo e comunicaram o desejo do adiamento da data da
partida, a Conmebol estabeleceu que ela fosse disputada neste domingo,
às 18 horas (de Brasília).
Para outro ídolo do Boca, o ex-meia Riquelme, porém, o duelo não
deveria ser disputado. "São pessoas, já não importa mais a partida. O
mais importante é que nenhum jogador está gravemente ferido. O resto,
não interessa. Falei com alguns que estavam lá. Primeiro, acho que o
mais importante é a saúde", opinou.
(por Estadao Conteudo)
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