DELAÇÃO
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-senador Delcídio do Amaral (RICARDO STUCKERT/ INSTITUTO LULA/Divulgação)
O ex-senador Delcídio do Amaral afirmou estar seguro de que a Justiça manterá em vigor o acordo de colaboração premiada que firmou com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Nesta sexta-feira, o Ministério Público Federal (MPF)
pediu à Justiça a revogação dos benefícios que lhe foram concedidos por
entender que ele mentiu sobre os fatos que levaram à abertura de ação
penal contra sete pessoas, entre elas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o banqueiro André Esteves.
Delcídio negou que tenha contado histórias falsas à PGR. A colaboração foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) antes
de servir de base para a ação penal movida contra Lula. “Isso é um
acordo de colaboração. [Mentir] seria uma coisa insensata, porque foi
algo que eu vivenciei”, disse o ex-senador.
O procurador Ivan Cláudio Marx afirmou que Delcídio agiu “apenas em interesse próprio” ao tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e, por isso, pediu a absolvição de Lula e Esteves da acusação de obstruir o andamento da Operação Lava Jato. Para Delcídio, os fatos levantados por Marx já foram “discutidos à exaustão”.
“Estamos muitos seguros com relação à colaboração, porque
ela abrange mais de 46 depoimentos, não trata só de obstrução. Nós temos
provas muito seguras e todas as condições de esclarecer os pontos
divergentes que o procurador levantou. Há uma segurança muito grande com
relação a isso. O juiz é que vai julgar. Estamos muito tranquilos. É
isso que eu posso falar”, disse.
Delcídio evitou dizer se temia ser preso caso os benefícios fossem revogados pela Justiça Federal. Em
nota, o MPF disse que, “se o pedido [de anulação dos benefícios de sua
delação] for aceito, em caso de condenação, o ex-senador poderá ter de
cumprir integralmente as penas pelos crimes de obstrução à Justiça e
patrocínio infiel” e “também ficará sujeito a responder por falsa
imputação de crime”. O caso será julgado pela 10ª Vara Federal, em
Brasília.
“É o juiz que vai julgar. Essa é mais uma etapa do processo.
Volto a repetir, temos segurança sobre tudo o que fizemos. Não
discutirei hipóteses, até porque temos provas concretas e muito bem
estruturadas. Os advogados estão trabalhando em cima disso. Ponto. Eu
não tenho que responder mais nada”, afirmou Delcídio.
( Por
Edoardo Ghirotto/Veja.Abril.com.br)
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