terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Ataques do governo deixam mais de 100 mortos na Síria. Ao menos 20 crianças estão entre as vítimas dos bombardeios que tem como alvo uma região rebelde próxima à Damasco

NA SÍRIA
 Homem chora sobre seu filho em um necrotério em Douma, após ataques aéreos na aldeia síria de Mesraba, na região sitiada de Ghouta Oriental, nos arredores da capital Damasco - 19/02/2018
 Homem chora sobre seu filho em um necrotério em Douma, após ataques aéreos na aldeia síria de Mesraba, na região sitiada de Ghouta Oriental, nos arredores da capital Damasco - 19/02/2018  (Hamza Al-Ajweh/AFP)

Ataques do governo da Síria e de seus aliados mataram ao menos 100 pessoas no território rebelde de Guta Oriental, a leste de Damasco, nas últimas 24 horas, informaram grupos de monitoramento da guerra.

Ataques aéreos, foguetes e bombardeios nos subúrbios sitiados de Damasco também feriram 325 pessoas, informou o Observatório Sírio para Direitos Humanos. Ao menos 20 crianças estão entre os mortos deixados pelos ataques.

De acordo com o diretor da organização, Rami Abdel Rahman, este é o maior balanço de vítimas civis em apenas um dia nesta região desde o início de 2015. Os hospitais de várias cidades próximas estavam lotados e suas equipes sobrecarregadas.

As Forças Armadas sírias tentam retomar o controle de Guta Oriental, uma região controlada pelos insurgentes desde 2012 e último reduto rebelde nos arredores de Damasco. Antes dos bombardeios desta segunda, vários aviões de reconhecimento sobrevoaram a zona.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 400.000 pessoas vivem em Ghouta Oriental, um bolsão de cidades satélites e fazendas sob sítio do governo desde 2013. O Observatório Sírio para Direitos Humanos informou que os ataques começaram no domingo e ainda continuam nesta terça-feira.

De acordo com a Defesa Civil, aviões de guerra e artilharia atingiram Saqba, Jisreen e outras cidades na região. O serviço de resgate, que opera em território rebelde, informou que os ataques mataram 20 pessoas e feriram dezenas somente na cidade de Hammouriyeh na segunda-feira.

O Exército sírio ainda não comentou as mortes. O governo de Damasco diz ter como alvos somente militantes, mas nos últimos anos foram registrados diversos ataques contra civis.

Resposta internacional

A ONU pediu o fim imediato dos ataques nesta terça-feira. Os bombardeios contra civis “têm que parar imediatamente”, afirmou o coordenador da organização para a Ajuda Humanitária na Síria, Panos Moumtzis. “É imperativo pôr fim imediatamente a este sofrimento humano insensato”, completou Moumtzis em um comunicado.

“A recente escalada de violência agrava uma situação humanitária que já é precária para os 393.000 habitantes de Guta Oriental, onde muitas pessoas estão deslocadas”, explicou o coordenador da ONU.


(Com Reuters e AFP)

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