O ministro Raul Jungmann, em visita à sede de DIA, na tarde de ontem, antecipou detalhes do Plano Integrado de Segurança Rio 2018 - Alexandre Brum
Rio - Um rumo para a segurança do Rio. Na avaliação do
ministro da Defesa, Raul Jungmann, isso é o que promete o Plano
Integrado de Segurança Rio 2018, que será lançado, na próxima
segunda-feira, pelo governador Luiz Fernando Pezão.
Jungmann revelou que o Plano, em fase final de
elaboração, "deve ser concluído durante este final de semana" e prevê o
fortalecimento e a reforma de setores das polícias estaduais,
especialmente os que se encarregam em investigar os próprios policiais.
Por conta disso deve ser criada uma corregedoria autônoma e integrada.
"A penetração do crime em todas as polícias tem que ser
combatida", frisou. Ele destacou que deve haver mudanças também na
definição das metas referentes a diversos crimes que compõem o conjunto
de problemas que o Rio vive. "Ao Governo Federal vai competir o suporte e
a parceria de todos os órgãos e instituições na área de defesa e
segurança. Não pode dar missões, sem dar os meios", afirmou.
O ministro, em visita à sede do DIA,
enfatizou que um dos pontos mais importantes do plano é que ele vai
possibilitar que a sociedade possa monitorar e cobrar os resultados dos
compromissos estabelecidos. "Na medida em que o plano avance e tenha
resultados palpáveis, evidentemente, caberá à sociedade defender as
conquistas e fazer com que ele continue e seja aprofundado em outros
governos". Jungmann evitou antecipar algumas medidas, mas garantiu que o
plano vai contemplar bloqueios marítimos e até aéreos. "Acho muito
importante focar os aeroportos. A Polícia Rodoviária Federal já faz
ampliação da fiscalização, terrestre, nos estados vizinhos ao Rio e nas
fronteiras", afirmou.
O ministro destaca ainda a necessidade de aprimorar a
formação do policial. "Temos que encarar os problemas disciplinares na
polícia. A Constituição veda a greve policial, mas a greve vem
acontecendo! O pior dos mundos é ficar nessa terra de ninguém: não pode,
mas tem!", reclamou.
Além da despolitização, Jungmann quer preservar a
imagem dos bons policiais. "Isso passa singularmente pela punição
daquele que estiver envolvido com o crime e com a corrupção. Foi pego,
rua!. Evidentemente, com o direito de defesa. Não se pode comprometer a
grande maioria dos policiais honestos". Jungmann acredita que a
população vai perceber a melhora na segurança, "na medida que a gente
golpear a capacidade operacional do crime. Isso é fundamental. Chegar ao
comando, ao dinheiro, aos arsenais. E com a redução dos indicadores de
criminalidade".
Ministro vê sistema de segurança pública falido
Para
o ministro da Defesa, Raul Jungmann, "o sistema de segurança pública
brasileiro está falido". Ele explica sua tese com base no texto
constitucional para a área de segurança, que centralizou as ações de
combate e prevenção ao crime nas mãos dos estados, aliviando a União
desse compromisso.
"O crime se nacionalizou e
internacionalizou. Tem que rever a distribuição de responsabilidades,
inclusive, ampliando a do Governo Federal. Mas, para fazer isso tem que
ter recursos orçamentários", advertiu.
Outro grave
problema apontado pelo ministro é a questão de previsão de gastos. "A
Segurança é mais vulnerável a ciclos econômicos e fiscais. Saúde e
Educação têm um mínimo assegurado. Defendo lei de responsabilidade, mas
com segurança social".
(Por
Paulo Cappelli e Wilson Aquino/oDia)
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