CIDADANIA
Rio Grande do Norte possui 86 crianças abrigadas; desse total, apenas 13 estão aptas à adoção
Em alusão ao Dia
Nacional da Adoção comemorado na sexta-feira, 25, a Câmara Municipal de
Natal realizou uma audiência pública para discutir a situação da adoção
das crianças no Estado. A propositura foi da vereadora Nina Souza (PDT).
Um
dos grandes problemas da adoção é o desencontro entre o perfil
procurado pelas famílias predispostas a adotar, que dificilmente adotam
crianças com idade superior a sete anos. Contudo, muitas vezes a demora
no processo de adoção leva as crianças à extrapolarem essa idade média e
levando até a desistências.
O Rio Grande do Norte possui 86
crianças abrigadas. Desse total, apenas 13 estão aptas à adoção. As
demais ainda aguardam autorização judicial para serem adotadas. Por
outro lado, 140 famílias estão dispostas a adotar. A assistente social
da 2ª Vara da Criança do do Adolescente, Michelle Bezerra, explicou que
existe um trabalho conjunto para reduzir esse tempo.
“Apesar de
termos 140 casais disponíveis para adotar filhos, temos 13 crianças e
adolescentes que não estão dentro de um perfil esperado. Então nós
decidimos, comemorando o Dia Nacional da Adoção, dar visibilidade a elas
em parceria com outros órgãos, de forma que a gente consiga essa missão
tão nobre que é de encontrar pais amorosos, protetores, disponíveis e
cuidadores”, explicou.
A vereadora Nina destacou a importância do
debate diante desse desencontro entre o número de interessados em adotar
e do de crianças que permanecem abrigadas para que os órgãos
responsáveis possam encontrar meios de dar mais celeridade ao processo
de adoção, reduzindo o tempo em que as crianças permanecem nos abrigos à
espera de uma família
“Hoje nós temos uma quantidade enorme de
crianças e adolescentes precisando de um lar, ao passo do grande número
de famílias dispostas a acolher. Então nós precisamos entender o que
existe, de fato, que não possibilita essas ações se concretizarem”,
observou.
O advogado Andre Franco, presidente da Comissão de
Direito de Família e Sucessões da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
credita parte desse desencontro à morosidade legal do processo de
adoção, que é burocrático.
“Nós temos alguma imperfeição nesse
cadastro. Temos muitas pessoas querendo adotar, poucas crianças
precisando de um lar e essa conta nunca fecha. Nós atribuímos isso às
dificuldades no processo pré-adoção. Um processo de destituição familiar
está demorando de quatro a cinco anos. Então a criança espera
institucionalizada e o tempo dela passa”, analisou ao lembrar que já
existe um projeto de lei em andamento no Congresso Nacional para dar
mais celeridade ao processo.
(AgoraRN)
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