Greve dos caminhoneiros está no sétimo dia - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Rio - Os caminhoneiros que participam há uma semana da
paralisação em estradas do Rio estão dispostos a se desmobilizar, disse
neste domingo uma das lideranças do movimento no Estado, Francisco
Silva. Ele lembrou que a categoria já conseguiu os dois compromissos que
buscou junto ao governador Luiz Fernando Pezão (MDB): a redução do ICMS
sobre o diesel, de 16% para 12%, e a mudança do recolhimento do
imposto, que irá desonerar as transportadoras.
"A gente já tem o que queria, a redução do ICMS e a
substituição tributária. Nossa greve deu certo, brigamos pelos nossos
ideais", afirmou Silva. Ele disse que em diferentes pontos da Rodovia
Washington Luiz, onde fica a Refinaria Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense, há manifestantes de fora que se misturaram aos
caminhoneiros. Eles teriam agendas políticas, ao contrário da categoria.
"Nem caminhão eles têm. Hoje a situação é mais política do que qualquer
outra coisa. Só que a gente não tem inclinação política".
Neste domingo, o governador Luiz Fernando Pezão (MDB)
fez um apelo aos caminhoneiros pelo fim da greve. "Na quinta-feira, o
movimento esteve comigo, e atendemos prontamente todas as
reivindicações. A gente espera essa reciprocidade, que saiam dos
piquetes, que vejam o sofrimento da população", disse.
"É um apelo para salvar vidas, para que entrem
mantimentos para escolas e hospitais. É essencial que a gente veja o
lado humano. Não é só deixar passar carro de passeio. Estamos falando de
vidas humanas, não é brincadeira. O clima está nervoso, mas eles têm
que ter consciência do que já ganharam. Não podem viver de ganha-ganha",
reiterou.
De acordo com o governador, todas as escoltas para
caminhões com combustível que foram pedidas desde a sexta-feira estão
sendo atendidas, para que serviços essenciais não sejam paralisados.
Pezão disse que há municípios no interior do Estado em que médicos não
estão trabalhando porque não conseguem chegar a hospitais e clínicas.
As forças de segurança estão na Reduc para garantir as
escoltas e a saída de combustível para entrega a órgãos de segurança,
unidades de saúde e abastecimento de meios de transporte de massa.
"Nosso principio básico é a negociação, para que o pessoal não nos
obrigue a usar a força", disse o interventor federal na segurança do
Rio, general Walter Braga Netto, ao lado de Pezão.
"A população não pode sofrer por causa de interesses de
outros grupos", sublinhou. "Estamos com problemas de hemodiálise, de
bancos de sangue. As pessoas têm que ter consciência disso. Já atendemos
a mais de 160 escoltas e outras vão sair de noite".
Segundo a prefeitura da capital, amanhã 40% dos ônibus
cariocas vão funcionar. As escolas municipais, sem merenda, ficarão
fechadas. Dos 360 ônibus articulados do BRT, só 5% vai funcionar da zero
hora às 4 horas; o resto do dia ainda está sendo planejado. As barcas
estarão com funcionamento reduzido.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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