PESQUISA INÉDITA
Atualmente, porte de armas é muito restrito
Em meio ao aumento dos números da violência em todo o Rio Grande do
Norte, o potiguar revela o intuito de preservar o direito à própria
defesa.
Segundo estudo inédito do Instituto Perfil realizado entre
os dias 12 e 13 de maio a pedido do Agora RN, um total de 49,88% dos
entrevistados defendem o direito à arma de fogo para segurança, seja
para a proteção da família ou da propriedade.
A pesquisa ouviu 405
pessoas nas cidades de Natal e Parnamirim e procurou medir a opinião
dos entrevistados sobre o direito de porte de armas para a civis. O
tema, contudo, divide opiniões, pois 43,95% estão favoráveis à
legislação. Outros 6,17% não souberam responder.
O fato é que
49,88% dos entrevistados defendem a revogação do Estatuto do
Desarmamento (Lei 10.826/03). Segundo o juiz Henrique Baltazar, titular
da Vara de Execuções Penais de Natal, o número expressivo reflete a
percepção da população quanto à sensação de insegurança. “A atual
estrutura policial não é suficiente para proteger o cidadão. A população
acredita que uma arma pode ser uma forma de aumentar a sensação de
segurança”, avalia o magistrado.
O promotor criminal Wendell
Beethoven também avalia que a pesquisa reflete um anseio da população.
“Ao redor do mundo, nenhum sistema de segurança fica exclusivamente a
cargo da polícia. A população tem o direito de cuidar da própria
segurança”, justifica. Ainda segundo ele, a lei deve ter mudanças. “Eu
acho que lei necessita de mudanças. A legislação deve promover
facilidades para a aquisição de uma arma de fogo”, explica.
Segundo
Ivênio Hermes, do Observatório da Violência Letal Intencional (OBVIO),
instituto ligado à Universidade Federal do Semiárido (Ufersa), o
resultado da pesquisa do Instituto Perfil se deve ao pouco
esclarecimento que as pessoas tem da questão do armamento civil. “O
Brasil é um país com paupérrimos instrumentos de controle, como podemos
ver nos exemplos de leis como Lei de Execuções Penais e o Estatuto da
Criança e do Adolescente, nas quais as leis não são respeitadas nem
pelos governos. Nesse aspecto, a liberação das armas virará uma bola de
lama ladeira abaixo, sem controle adequado, com armas indo fortalecer
mais ainda a dinâmica da violência”, justifica.
(AgoraRN)
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