Fernando Cavendish - Agência Brasil
Rio - Ex-dono da Delta Construções, o empresário Fernando Cavendish foi condenado nesta quarta-feira a quatro anos, dois meses e dez dias de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa. A sentença foi do juiz federal Marcelo Bretas na ação penal da Operação Saqueador, um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio.
Inicialmente, Fernando Cavendish cumprirá a pena em
regime semiaberto. Além dele, outras 14 pessoas também foram condenadas,
incluindo o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No
despacho, de 205 páginas, o magistrado afirmou que Cavendish era o
"grande beneficiário das práticas de lavagem de dinheiro".
Em 2016, o Ministério Público Federal indicou que o
esquema de corrupção desviou R$ 370 milhões dos cofres públicos por meio
de caixa dois da Delta para as empresas de Carlinhos Cachoeira e de
Adir Assad. Cachoeira pegou nove anos e seis meses de reclusão
Fernando Cavendish confessou o crime. O empresário
admitiu que o dinheiro foi usado para pagar propina ao ex-governador do
Rio Sérgio Cabral (MDB), que está preso. Cabral não é réu nesse
processo.
Cavendish disponibilizou ainda R$ 375 milhões em
créditos da Delta para a Justiça Federal. A devolução do dinheiro
possibilitou a redução de sua pena em três anos e nove meses de prisão.
Em 7 de agosto de 2017, Fernando Cavendish afirmou à
Justiça Federal que acertou pagamento de 5% de propina pedida, segundo o
empresário, por Cabral para que a Delta fizesse parte do consórcio das
obras do Maracanã para a Copa do Mundo, em 2014.
Em dezembro do mesmo ano, Cabral disse que não atuou na
escolha das empresas que participaram da licitação para a reforma do
Maracanã. O ex-governador classificou também como "presente de
puxa-saco" o anel de 220 mil euros dado a sua esposa, Adriana Ancelmo,
por Cavendish, em 2009. Cabral e o empresário foram amigos por anos.
(Por
Cássio Bruno/O Dia)
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