CONTAS PÚBLICAS
Governadora eleita e integrantes da transição foram ao Tribunal de
Justiça, onde tiveram uma reunião com os desembargadores
Presidente eleito do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, o
desembargador João Batista Rebouças afirmou que “praticamente inexistem”
sobras orçamentárias disponíveis para devolução ao governo. Ele
informou que as reservavas financeiras do TJ foram usadas, no período de
atraso nos repasses por parte do governo, para pagamento de salários e
investimentos na nova sede do Judiciário.
Eleito em 31 de outubro, João Rebouças será empossado no cargo de
presidente do TJ em 07 de janeiro, mas participou, no início da noite de
ontem, de uma reunião da governadora eleita, Fátima Bezerra (PT), e com
o atual presidente do Tribunal, Expedito Ferreira. Na ocasião, ele
declarou: “Estamos dispostos ao diálogo e abertos à colaboração com o
governo do Estado”.
A governadora eleita Fátima Bezerra também
considerou a reunião “como muito positiva”, devido “a abertura para o
diálogo por parte do Tribunal de Justiça do meu Estado”. Formalmente,
acrescentou ela, “fiz a convocação para um pacto de solidariedade em
prol dos interesses legítimos do povo do Rio Grande do Norte, isso
significa contar com a colaboração dos demais Poderes, e com apoio dos
empresários, trabalhadores e à sociedade para tirar o Estado da grave
crise fiscal e financeira em que se encontra”.
Como resultado
prático, a governadora disse que o TJ está designando duas pessoas para
conversar com o relator do Orçamento Geral do Estado (OGE), na
Assembleia, deputado Fernando Mineiro (PT) “e nesse esforço de
colaboração, dizer que ajustes a gente pode fazer já no orçamento de
2019”.
O desembargador João Batista Rebouças informou à TRIBUNA
DO NORTE, em seu gabinete no segundo andar do TJ, na praça 7 de
Setembro, centro, que o Judiciário usou cerca de R$ 238 milhões de suas
reservas para pagar em dia a folha de pessoal dos seus servidores, além
de ter precisado de uma pequena parte dos recursos para construção de
sua sede própria, no bairro de Nossa Senhora de Nazaré, Zona Oeste de
Natal.
João Rebouças disse que o atraso de quase três meses do
repasse do duodécimo em 2018, motivou o uso das reservas orçamentárias
do TJ, mas que agora, em virtude de uma pactuação feita com o Governo,
esses recursos estão sendo devolvidos em 36 parcelas ao Poder
Judiciário.
Rebouças informou, ainda, que o atual presidente da
Corte, Expedito Ferreira, a exemplo do que ocorreu na Assembleia
Legislativa, colocará à disposição para discutir a adequação
orçamentária o secretário de Orçamento e Finanças do TJ, Paulo Célio
Pinto Machado e um juiz, que provavelmente deverá ser o presidente da
Associação dos Magistrados do Rio Grande do Norte (Amarn), Herval
Sampaio Júnior.
“Uma coisa que deixamos bem claro na reunião, é
que essa crise financeira não é privilégio do Rio Grande do Norte, temos
mais de 15 estados quebrados como o nosso Estado”, disse Rebouças, em
referência aos casos dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e
Rio de Janeiro: “Essa crise de arrecadação afetou todo mundo”.
Rebouças
adiantou até que a diminuição de receita vai atrasar as obras da nova
sede do TJ, “inclusive estamos repactuando o prazo de conclusão das
obras”, que também estão sendo bancadas com recursos próprios do TJ, a
partir da arrecadação de custas judiciais e emolumentos cartoriais.
O
futuro presidente do TJ falou, ainda, que ontem mesmo começou a
transição no próprio Judiciário, realizando-se a primeira reunião pela
Secretaria de Planejamento Estratégico.
A governadora eleita
Fátima Bezerra chegou ao TJ por volta das 17:30 e às 18:58 deixava o
gabinete da presidência acompanhada do vice-governador eleito, Antenor
Roberto de Medeiros (PC do B), o deputado Fernando Mineiro, o futuro
senador Jean Paul Prates, o assessor Adriano Gadelha a promotora
aposentada Armele Brennand.
Além dos desembargadores Expedito
Ferreira e João Rebouças, participaram da reunião os desembargadores
Amaury de Souza Sobrinho, Dilermando Mota, Francisco Saraiva Sobrinho,
Cláudio Santos, Gilson Barbosa e Zeneide Bezerra e ainda o do diretor
geral do TJ, Luiz Mariz.
(TN)
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