sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Castello Branco diz que vai analisar ativos da Petrobras para definir vendas. Segundo ele, nos últimos dois anos, a gestão da companhia apenas atuou para evitar o seu rebaixamento

NOVO PRESIDENTE
 
 Roberto Castello Branco, novo presidente da Petrobras

O novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que tomou posse no cargo nesta quinta-feira, 4, disse que o seu desejo é transformar a empresa numa campeã. Apesar dos poucos comentários sobre desinvestimentos, afirmou que ainda estuda os ativos e modelos de venda que serão adotados, inclusive para a BR Distribuidora. 

Mas enfatizou que a prioridade continua a ser a área de exploração e produção de petróleo e gás natural e que a intenção é aumentar ainda mais a produção. “Parecemos envergonhados em explorar commodities. Vamos explorar recursos naturais e produzir valor para o Brasil”, disse o executivo.

Castello Branco ainda demonstrou interesse em avançar no segmento de gás natural e citou o exemplo japonês, de utilização do combustível para fins automotivos, como alternativa a ser adotada também no País.

Segundo ele, nos últimos dois anos, a gestão da companhia apenas atuou para evitar o seu rebaixamento. Para transformar a petroleira numa campeã, está disposto a aplicar a cartilha liberal, de competição e preços livres, perseguida por toda a equipe econômica do governo recém empossado, disse ele.

Em seu discurso de posse e, posteriormente, numa breve entrevista coletiva, Castello Branco reafirmou que permanecerá praticando a política de preços dos combustíveis de paridade internacional e que aguarda por concorrentes no refino. Em sua opinião, isso deve funcionar para beneficiar a população, que só assim deverá perceber a redução dos preços dos combustíveis. Ele criticou a adoção de subsídios pelo governo.

“Os preços de mercado são um farol do que podemos produzir mais ou menos”, disse o presidente da estatal. 

Privatização
A privatização da Petrobras não está na pauta do governo Bolsonaro, disse Castello Branco. Em uma primeira e rápida coletiva após a cerimônia de posse, o executivo afirmou que “a redução da participação do governo na Petrobras não está sendo discutida”.

Ele evitou adiantar possíveis mudanças que serão feitas na empresa, informando apenas que já viu o Plano de Negócios 2019-2023 da companhia e que, em princípio, achou “muito bom”, mas que ainda precisa olhar com maior detalhamento. “Tive uma visão superficial do Plano de Negócios, vamos avaliar”, disse.

Castello Branco afirmou também que não terá nenhum problema na relação com os sindicatos ligados à companhia e que pretende ter uma relação aberta com a categoria.

Diretoria
Apenas com o novo chefe de gabinete escolhido – o vice-cônsul do Brasil em Nova York, Roberto Ardhenguy -, Castello Branco disse que ainda vai avaliar a nomeação dos seus diretores, e que serão escolhidos “por serem comprometidos com geração de valor”. “A escolha de diretores será feita oportunamente”, disse.

Castello Branco informou ainda que vai avaliar a retomada da construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), cuja continuidade havia sido confirmada pela gestão anterior, de Ivan Monteiro.

O ex-presidente, inclusive, não compareceu à posse de Castello Branco, que recebeu o crachá com o nome de Roberto C.Branco das mãos da então presidente interina Solange Guedes. Segundo Castello Branco, Monteiro não compareceu por problemas de saúde. 


(Agência Estado)

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