Carlos Marun visitou o aliado preso na Superintendência da Polícia Federal do Rio - Valter Campanato/Agência Brasil
Rio - O ex-presidente Michel Temer estava extremamente
triste na noite de quinta-feira, mas confiante de que sua prisão pudesse
ser revertida a qualquer momento. A descrição é do ex-ministro da
Secretaria de Governo, Carlos Marun, que visitou o aliado preso na
Superintendência da Polícia Federal do Rio. Marun deu detalhes do
encontro à Rádio Eldorado nesta sexta-feira.
"Encontrei um homem obviamente extremamente triste,
especialmente por saber que é uma medida judicial absolutamente
esdrúxula", disse Marun a Haisem Abaki e Carolina Ercolin. "Mas (o
ex-presidente) ainda confia na Justiça. Está sendo tratado com respeito e
dignidade e aguardado que essa decisão absurda seja o mais rapidamente
revertida."
Marun criticou a decisão assinada pelo juiz Marcelo
Bretas, da Operação Lava Jato no Rio. "Não vi ela sendo apoiada por
nenhum jurista. Não vi ninguém que tenha dois neurônios apoiando essa
decisão judicial. É um absurdo que seja a palavra de um homem que
estudou Direito. Ela não seria escrita nem por um estagiário "
Sem dar detalhes, Marun disse que, em sua avaliação, a
suposta fragilidade da decisão de Bretas abre margem para suspeitas a
respeito dos objetivos da decisão que determinou a prisão do
ex-presidente. "Tem a suspeita de que exista algo por trás disso e que
os motivos sejam outros. De que se busque com essa confusão causada com
essa decisão inconsequente e ilegal, outros objetivos."
"Temer era um perigo à ordem pública? à ordem
econômica? Perigo são eles", disse Marun. "Ontem (quinta), subiu o
dólar, baixou a Bolsa, cria uma celeuma na área política que vai
atrapalhar a aprovação da reforma da Previdência. O presidente Temer
tentou fugir? Não. O presidente Temer faltou a alguma convocação do
Poder Judiciário? Não. O fato de ser absurda cria suspeitas sobre essa
decisão."
Marun criticou o fato de a operação dizer que Temer
comandava uma organização criminosa há quarenta anos. "Há quarenta anos,
o presidente Temer nem exercia função pública. Não interessa o que eles
pensam até porque não sabemos o que vai dentro do coração de pessoas
que redigem decisões como essa. Ordenaram uma prisão preventiva sem
nenhum pré-requisito para isso. Existe lei no país, se esse pessoal não
sabe", concluiu Marun.
(Por
Estadão Conteúdo)
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