CONTA DE LUZ
Os brasileiros terão maiores custos com energia elétrica no próximo
mês devido ao acionamento da chamada bandeira tarifária amarela nas
contas de luz, que gera uma cobrança extra para sinalizar a menor oferta
de geração, disse a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nesta
sexta-feira.
A bandeira foi verde nos primeiros quatro meses do ano, o que não
aumenta custos, em meio a um período de chuvas mais favoráveis na região
das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil.
Mas expectativas de um clima mais seco e um consequente déficit de
geração hídrica levaram à mudança de patamar em maio, disse a Aneel,
enquanto especialistas projetaram que o cenário ainda deverá piorar, com
possibilidade a partir de junho de meses seguidos de bandeira vermelha,
com custo ainda maior.
“Começaram as ‘bandeiradas’. Daqui para a frente, em junho, julho,
agosto, setembro, a gente tem muito mais chances de ter bandeira
vermelha”, disse à Reuters o presidente da comercializadora Comerc
Energia, Cristopher Vlavianos.
A Comerc vê mais de 60% de chances de bandeira tarifária vermelha 2
entre junho e agosto. O custo cairia um pouco em setembro, quando a
empresa espera bandeira vermelha nível 1 (76% de probabilidade) ou
amarela (24%).
Já a Esfera Energia projeta um cenário ainda mais desfavorável para
os consumidores, com a bandeira mais cara acionada até outubro e um
alívio apenas parcial em novembro, com bandeira vermelha no primeiro
nível.
As projeções das empresas levam em consideração uma nova proposta da
Aneel para as regras das bandeiras que deve entrar em vigor já no
próximo mês.
Mas mesmo a manutenção da atual metodologia de definição do mecanismo
não alteraria o cenário de custos maiores ao menos até setembro,
segundo a Comerc.
No ano passado, a bandeira tarifária foi verde até abril, como em
2019, tendo mudado para amarelo em maio. Entre junho e outubro, o
mecanismo ficou no patamar vermelho segundo nível, para voltar em
novembro à cor amarela.
“A princípio, está se sinalizando algo similar. Até pela tendência do
período seco, que está entrando agora, a gente deve ter bandeiras que
vão gerar custo adicional para o consumidor, a não ser que tenhamos uma
reversão (no clima), o que neste momento não aparece nas previsões”,
afirmou o sócio da comercializadora Ecom Energia, Paulo Toledo.
A bandeira amarela gera custo extra de R$ 1 a cada 100
quilowatts-hora, contra R$ 3 da vermelha e R$ 5 da bandeira vermelha
nível 2, a mais cara.
A Aneel propôs no mês passado elevar os valores –para R$ 6 na
bandeira vermelha nível 2; R$ 3,50 na vermelha e R$ 1,50 na amarela, mas
a proposta ainda não foi analisada em definitivo.
(por:Reuters)
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