Rede hoteleira continua fechada e aguarda novas medidas para a retomada de atividades
Mesmo com a flexibilização de alguns setores da cadeia produtiva e a reabertura gradual de alguns componentes da economia do Rio Grande do Norte, o setor hoteleiro não enxerga grandes mudanças no cenário nos próximos dias, projeta impactos financeiros e já arca com demissões e prejuízos. Além disso, o segmento cobra outras medidas do Governo do RN para o setor. O prejuízo estimado para o setor é de pelo menos R$ 500 milhões em três meses de fechamento.
A estimativa é do presidente da Associação Brasileira da Indústria
de Hotéis do Rio Grande do Norte (ABIH-RN), José Odécio, levando em
consideração os 50 mil leitos no Estado. De acordo com ele, medidas são
necessárias por parte do poder executivo para que o setor possa
atravessar a crise com menos prejuízos. As medidas anunciadas pelo
governo não foram suficientes, segundo ele.
“Não
é suficiente, tendo em vista que a hotelaria vai passar por muito mais
tempo para retomar seu crescimento. De tudo que é custo, tudo que é
despesa, vai dificultar muito essa recuperação. Portanto pedimos redução
no ICMS de gás e água, que não foi atendido, e outras demandas que
solicitamos e não foram atendidas. Estamos dialogando para ampliação
dessas medidas protetivas de empregos”, analisou.
Ainda
de acordo com o presidente José Odécio, apesar das medidas de
flexibilização, boa parte dos hotéis no RN estão fechados e uma retomada
gradual das atividades só deve acontecer entre junho e julho. Mesmo
assim, ele aponta ainda que o setor vai “sofrer por muito tempo”, uma
vez que os hotéis só vão começar a se recuperar após a segurança das
pessoas em retomarem a rotina normalmente..
“Os
hotéis, se sabe desde o começo, quando todas as atividades estiverem
funcionando os hotéis voltarão a funcionar. E vai ser uma dos últimos
setores a recuperar a sua atividade..
Independentemente de proibir ou não
a abertura de hotéis não vamos ter condições de abrir, pelo menos a
perspectiva da maioria dos hotéis é de junho e outra parte, julho”,
disse à TRIBUNA DO NORTE.
Recentemente, no
último dia 14 de abril, o Governo do Estado decidiu reduzir em 12% a
carga tributária do ICMS incidente sobre a energia elétrica utilizada
pela rede hoteleira. De acordo com a administração estadual, a decisão
se norteia pelos recentes prejuízos causados ao setor produtivo em razão
da pandemia do novo coronavírus.
Outro
benefício concedido foi com relação a prorrogação, para o dia 31 de maio
de 2020, do prazo para o envio do Informativo Fiscal previsto no artigo
590 do Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (RICMS).
Um
dos hotéis que fechou as portas nessa quarentena foi o Ocean Palace,
localizado na Via Costeira. A suspensão das atividades no
estabelecimento e o cancelamento das reservas para o período estão
interrompidos desde o dia 18 de março e seguirão até o final de junho.
Tendo 1.100 leitos, o hotel é um dos maiores do Rio Grande do Norte.
Demissões já foram feitas e colaboradores estão em férias coletivas ou
de licenças.
De acordo com o diretor comercial
do Ocean Palace, Ruy Gaspar, cerca de 80 funcionários já foram demitidos
e os outros 280 colaboradores estão em período de recesso. Com as
atividades suspensas até o meio do ano, pelo menos, o gestor não
descarta novas mudanças no corpo de colaboradores do hotel.
“Não vemos expectativa de reabrir mais cedo não, muito pelo contrário. Mas isso está sendo discutido”, disse o diretor.
A
reportagem procurou o Governo do Estado, via Secretaria de Turismo,
para saber sobre outras medidas para o setor. Tais ações ainda estão
sendo discutidas, segundo a secretaria. Nesta sexta-feira (24), uma
reunião entre representantes do segmento determinou a criação de um
grupo de trabalho para articular ações em conjunto que possam acelerar e
propor a retomada do setor.
A pedido dos
próprios empresários, segundo a Setur, será feita uma orientação quanto à
segurança sanitária e também a melhor forma de atendimento dos turistas
que vierem ao RN.
A Setur e Emprotur já
começaram a preparar o plano de retomada da promoção e divulgação do
destino, com foco principal na regionalização do turismo. Na próxima
semana acontecerá uma reunião de apresentação aos entes do trade do
estado para só depois tornar o documento público.
(Por:Tribuna do Norte)
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