sábado, 25 de abril de 2020

ABIH/RN estima prejuízo de pelo menos R$ 500 milhões na rede de hotéis do RN

ECONOMIA
 Rede hoteleira continua fechada e aguarda novas medidas para a retomada de atividades
 Rede hoteleira continua fechada e aguarda novas medidas para a retomada de atividades

Mesmo com a flexibilização de alguns setores da cadeia produtiva e a reabertura gradual de alguns componentes da economia do Rio Grande do Norte, o setor hoteleiro não enxerga grandes mudanças no cenário nos próximos dias, projeta impactos financeiros e já arca com demissões e prejuízos. Além disso, o segmento cobra outras medidas do Governo do RN para o setor. O prejuízo estimado para o setor é de pelo menos R$ 500 milhões em três meses de fechamento.

A estimativa é do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Norte (ABIH-RN), José Odécio, levando em consideração os 50 mil leitos no Estado. De acordo com ele, medidas são necessárias por parte do poder executivo para que o setor possa atravessar a crise com menos prejuízos. As medidas anunciadas pelo governo não foram suficientes, segundo ele.

“Não é suficiente, tendo em vista que a hotelaria vai passar por muito mais tempo para retomar seu crescimento. De tudo que é custo, tudo que é despesa, vai dificultar muito essa recuperação. Portanto pedimos redução no ICMS de gás e água, que não foi atendido, e outras demandas que solicitamos e não foram atendidas. Estamos dialogando para ampliação dessas medidas protetivas de empregos”, analisou.

Ainda de acordo com o presidente José Odécio, apesar das medidas de flexibilização, boa parte dos hotéis no RN estão fechados e uma retomada gradual das atividades só deve acontecer entre junho e julho. Mesmo assim, ele aponta ainda que o setor vai “sofrer por muito tempo”, uma vez que os hotéis só vão começar a se recuperar após a segurança das pessoas em retomarem a rotina normalmente..

“Os hotéis, se sabe desde o começo, quando todas as atividades estiverem funcionando os hotéis voltarão a funcionar. E vai ser uma dos últimos setores a recuperar a sua atividade.. 
 
Independentemente de proibir ou não a abertura de hotéis não vamos ter condições de abrir, pelo menos a perspectiva da maioria dos hotéis é de junho e outra parte, julho”, disse à TRIBUNA DO NORTE.

Recentemente, no último dia 14 de abril, o Governo do Estado decidiu reduzir em 12% a carga tributária do ICMS incidente sobre a energia elétrica utilizada pela rede hoteleira. De acordo com a administração estadual, a decisão se norteia pelos recentes prejuízos causados ao setor produtivo em razão da pandemia do novo coronavírus.  

Outro benefício concedido foi com relação a prorrogação, para o dia 31 de maio de 2020, do prazo para o envio do Informativo Fiscal previsto no artigo 590 do Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (RICMS).

Um dos hotéis que fechou as portas nessa quarentena foi o Ocean Palace, localizado na Via Costeira. A suspensão das atividades no estabelecimento e o cancelamento das reservas para o período estão interrompidos desde o dia 18 de março e seguirão até o final de junho. Tendo 1.100 leitos, o hotel é um dos maiores do Rio Grande do Norte. 
 
 Demissões já foram feitas e colaboradores estão em férias coletivas ou de licenças.

De acordo com o diretor comercial do Ocean Palace, Ruy Gaspar, cerca de 80 funcionários já foram demitidos e os outros 280 colaboradores estão em período de recesso. Com as atividades suspensas até o meio do ano, pelo menos, o gestor não descarta novas mudanças no corpo de colaboradores do hotel.

“Não vemos expectativa de reabrir mais cedo não, muito pelo contrário. Mas isso está sendo discutido”, disse o diretor.
 
A reportagem procurou o Governo do Estado, via Secretaria de Turismo, para saber sobre outras medidas para o setor. Tais ações ainda estão sendo discutidas, segundo a secretaria. Nesta sexta-feira (24), uma reunião entre representantes do segmento determinou a criação de um grupo de trabalho para articular ações em conjunto que possam acelerar e propor a retomada do setor.

A pedido dos próprios empresários, segundo a Setur, será feita uma orientação quanto à segurança sanitária e também a melhor forma de atendimento dos turistas que vierem ao RN.

A Setur e Emprotur já começaram a preparar o plano de retomada da promoção e divulgação do destino, com foco principal na regionalização do turismo. Na próxima semana acontecerá uma reunião de apresentação aos entes do trade do estado para só depois tornar o documento público.
 
 
(Por:Tribuna do Norte)

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