Vereadora de Natal é criticada no Facebook por postagem discriminatória contra o NE. Internautas estão indignados com a representante do legislativo municipal

PEGOU MAL

A vereadora de Natal, a professora aposentada Eleika Bezerra (PSDC) – fiel escudeira da educação e da ética – parece ter se deixado contaminar pelo ódio disseminado nas redes sociais contra as regiões Norte e Nordeste do País, após a vitória da presidente Dilma Rousseff.

Em seu perfil no Facebook, ela gerou polêmica ao publicar no início da tarde de hoje, uma imagem do mapa do Brasil, dividido pelos estados aonde Dilma teve votação expressiva (Brasil e Nova Cuba). No lugar do estado de Minas Gerais, terra do candidato Aécio Neves, o desenho sugeria a construção de um lago.

Mesmo com quase 200 comentários negativos, a professora Eleika parece não ter se incomodado. Ontem, ela chegou a postar em seu perfil a seguinte mensagem: “Grande desafio: que os nordestinos sejam plenamente alfabetizados !!! Como somos hoje – a manipulação facilmente ocorre – sob vários aspectos!”
Eleika segue em seu primeiro mandato na Câmara Municipal do Natal (CMN), após ser eleita com pelo menos 2.210 votos. A vereadora é integrante da comissão de Educação do Legislativo Municipal.

VEREADORA SE MANIFESTA
Continuo acreditando na liberdade de expressão, mas decidi retirar a postagem polêmica, uma vez que meu pensamento está sendo desvirtuado e utilizado de forma desleal para incitar manifestações separatistas.

NOTA
Sobre uma postagem feita na minha página PESSOAL no Facebook, venho esclarecer que não tive intuito de promover o preconceito entre regiões. Porém, em relação ao resultado da eleição presidencial realizada neste domingo (26), não há dúvidas de que há uma clara divisão no Brasil. Se observamos bem o mapa divulgado pela própria imprensa exibindo o resultado da votação em cada estado, pode-se perceber que a eleição realmente foi regionalizada.

Presenciamos uma campanha que dividiu o país em etnias e classes sociais eivada de preconceitos e maniqueísmos, o que resulta no estímulo ao espírito separatista. Quem fez o discurso da separação, por exemplo, entre pobres e ricos?

Estive em Cuba há cerca de cinco anos e confirmei o avanço na educação e na saúde e a falta de liberdade, até de ir e vir. Reafirmo que o meu desejo é de que o Brasil possa se espelhar em Cuba no que diz respeito à saúde e à educação, mas nunca na ausência da liberdade de expressão. Por esse motivo, inclusive, acredito que tenho o direito de expressar o que penso. Sobre a educação, registre-se que o Nordeste tem mais da metade dos analfabetos desse país (53,6%).

Sou professora há mais de 50 anos e sempre tive uma postura pautada pela ética, transparência e defesa da minha liberdade de expressão. Vivo em um país em que o direito de expressar o que penso é assegurado pela Constituição Federal e posso, portanto, manifestar minhas ideias.