terça-feira, 2 de maio de 2017

Odebrecht é ‘quarto poder da República’, diz Mônica Moura. Em depoimento ao TSE na ação contra a chapa Dilma-Temer, ela também afirmou que Antonio Palocci convenceu João Santana a receber dinheiro de caixa dois

LAVA JATO
Monica Moura e João Santana foram encaminhados ao IML de Curitiba para passarem por exame de corpo de delito
A empresária Mônica Moura e seu marido, o marqueteiro João Santana (Vagner Rosário/VEJA.com/VEJA.com)

Em depoimento sigiloso à Justiça Eleitoral, a empresária Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, definiu a Odebrecht como um “quarto poder”, que expandiu sua atuação para todas as áreas no Brasil e pagou “todo mundo”. Segundo Mônica, uma das delatoras da Operação Lava Jato, a empreiteira assumiu totalmente o caixa dois do marketing político da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República em 2014.
A empresária tratava de questões financeiras e operacionais da campanha, enquanto João Santana cuidava da parte criativa. Os dois prestaram depoimento na segunda-feira passada no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma e o presidente Michel Temer(PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.
Relator da ação, o ministro Herman Benjamin viajou a Salvador para acompanhar o depoimento e questionou Mônica se a Odebrecht era uma espécie de “banco informal”.
“Quarto poder”, respondeu Mônica a Benjamin. “Vendo hoje o que eu vejo, meio assustada pela amplitude e com a dimensão da coisa que a gente vê aqui, eles pagaram todo mundo. Vejo a Odebrecht como um quarto poder da República, porque eles praticamente estavam em todas as áreas”, completou.

Em depoimento sigiloso à Justiça Eleitoral, a empresária Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, definiu a Odebrecht como um “quarto poder”, que expandiu sua atuação para todas as áreas no Brasil e pagou “todo mundo”. Segundo Mônica, uma das delatoras da Operação Lava Jato, a empreiteira assumiu totalmente o caixa dois do marketing político da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República em 2014.
A empresária tratava de questões financeiras e operacionais da campanha, enquanto João Santana cuidava da parte criativa. Os dois prestaram depoimento na segunda-feira passada no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma e o presidente Michel Temer(PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.
Relator da ação, o ministro Herman Benjamin viajou a Salvador para acompanhar o depoimento e questionou Mônica se a Odebrecht era uma espécie de “banco informal”.
“Quarto poder”, respondeu Mônica a Benjamin. “Vendo hoje o que eu vejo, meio assustada pela amplitude e com a dimensão da coisa que a gente vê aqui, eles pagaram todo mundo. Vejo a Odebrecht como um quarto poder da República, porque eles praticamente estavam em todas as áreas”, completou.
Ela disse que a Odebrecht foi apresentada ao marqueteiro como uma empresa que poderia pagar “por fora” sem causar nenhum tipo de problema.
“Quando o João aceitou fazer, me mandou conversar com o Palocci. Foi a minha primeira conversa com o Palocci. Daí foi que ele me encaminhou à Odebrecht pela primeira vez”, disse a depoente.

Outro lado

O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, disse que desconhece o depoimento de Mônica Moura e, portanto, não poderia se pronunciar sobre ele. Guido Mantega nega que tenha participado de captação de recursos para a campanha.
O PT não se pronunciou. A defesa de Dilma Rousseff reiterou que João Santana e Mônica Moura “faltaram com a verdade” nos depoimentos ao TSE.
“Tudo indica que o casal, por força da sua prisão por um longo período, tenha sido induzido a delatar fatos inexistentes, com o objetivo de ganhar sua liberdade e de atenuar as penas impostas por uma eventual condenação futura”, diz nota divulgada pela ex-presidente.
Procurada, a Odebrecht informou que “já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um acordo de leniência com as autoridades brasileira, suíças, americanas e da República Dominicana, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas”.
(com Estadão Conteúdo)


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