BRASIL, POLÍTICA
Conforme a música - Joesley Batista: “Decidi delatar porque vi que as
regras do jogo tinham mudado” (Marivaldo Oliveira/Código19/Agência o
Globo)
Joesley Batista ainda não tem coragem de sair de
casa. Quatro meses depois de ter acusado 1 829 candidatos eleitos
(incluindo um presidente e uma ex-presidente da República) de receber
propina de sua empresa, a JBS, ele diz não estar pronto para fazer o
“teste da rua”. Acha que, hoje, sua imagem é a de alguém que cometeu uma
série de crimes e não foi punido. O empresário diz esperar que suas
informações ajudem a desmontar novos esquemas de corrupção. “Na hora em
que os nossos anexos começarem a revelar outras organizações criminosas,
aí talvez a sociedade vá olhar e dizer: ‘Pô, o Joesley teve a
imunidade, mas olha como ele ajudou a desbaratar a corrupção’.” Joesley
falou a VEJA em seu escritório da JBS, em São Paulo. Na entrevista, ele
relata como se deu conta de que levava uma vida de crimes e diz que
desconfia que o governo de Michel Temer operava para impedir sua
delação. “Esse Temer que você vê na televisão é falso. O Temer
verdadeiro é o que eu gravei. Aquele Temer que fala sem cerimônia”,
afirma. Segundo o empresário, o presidente “sempre foi muito direto, ele
pedia dinheiro mesmo.” Leia abaixo trechos da entrevista:
Quatro meses depois de assinar um acordo de delação
em que o senhor e executivos da sua empresa denunciaram 1 829 candidatos
eleitos de 28 partidos, incluindo o presidente da República, o que
mudou na sua vida? Ninguém sai de um processo desses como
entrou. Esse negócio de virar colaborador da Justiça é muito novo para
todo mundo. Um delator não “faz” uma delação simplesmente, ele vira uma
chave. Muda sua forma de pensar, de agir. Aqueles amigos que você tinha
já não servem mais. Se você mudou realmente, você muda de grupo e passa a
enxergar as coisas sob outro ângulo.
( Por
Thaís Oyama/Veja.Abril.com.br)
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