DENÚNCIA
Prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT)
O Pleno do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) vai
decidir nesta quarta-feira, 21, se acolhe uma denúncia da Procuradoria
Geral de Justiça (PGJ) contra o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves
(PDT). O político pode se tornar réu de uma ação penal caso os
desembargadores deem prosseguimento à acusação.
O Ministério
Público acusa Carlos Eduardo de cometer crime de responsabilidade por
ter ordenado a cobrança antecipada de impostos em 2015 e 2016. Nos dois
anos, a Prefeitura de Natal captou recursos de IPTU, Taxa de Lixo, COSIP
e TSD que deveriam ser recolhidos no Município apenas nos exercícios
seguintes (no caso, 2016 e 2017, respectivamente).
De acordo com a
PGJ, em ambos os casos, as cobranças antecipadas serviram para “suprir
deficiência de fluxo de caixa do Executivo municipal”. Com a manobra,
que é proibida pela Lei de Responsabilidade Fiscal, Carlos Eduardo
conseguiu garantir adiantadamente receitas de R$ 46 milhões no final de
2015 e de quase R$ 56 milhões no final de 2016.
Ainda na denúncia,
a Procuradoria Geral de Justiça aponta que, além de captar os recursos
indevidamente, a gestão de Carlos Eduardo em Natal usou os recursos
imediatamente após recolhê-los com o objetivo de custear folha de
pessoal. “As receitas de um ano fiscal foram claramente utilizadas para
pagamento de despesas de outro ano, o que reforça ofensa à
Responsabilidade Fiscal”, diz um trecho da denúncia.
Segundo o
Ministério Público, os fatos demonstram que o prefeito da capital
potiguar vem custeando folha de pagamento incompatível com as receitas
do Município, “gerando claro desequilíbrio financeiro”.
Se a
denúncia for aceita pelo TJRN e Carlos Eduardo receber condenação pelos
crimes apontados pela PGJ, o prefeito poderá perder o cargo e ter os
direitos políticos suspensos pelo período de cinco anos, além de ter de
reparar os supostos danos provocados ao erário público.
TRAMITAÇÃO
A
denúncia do Ministério Público contra Carlos Eduardo chegou ao Tribunal
de Justiça em julho de 2017. Inicialmente, o desembargador Cláudio
Santos foi designado relator do processo, mas ele alegou suspeição por
razões de foro íntimo e foi afastado. O caso, então, foi redistribuído
ao desembargador João Rebouças.
No dia 6 de dezembro, a denúncia
começou a ser apreciada no plenário. O relator (des. João Rebouças) deu
voto favorável ao acolhimento da acusação, mas a análise foi suspensa
após o juiz convocado Cícero Macêdo (substituto de Cláudio Santos) pedir
vistas do processo. Desde então, o julgamento foi adiado quatro vezes.
A
sessão desta quarta-feira, 21, deverá ser iniciada com o voto de
Cícero. A expectativa é que o juiz devolva os autos do processo para que
os demais desembargadores também deem seus votos. O magistrado, no
entanto, pode solicitar mais tempo para estudar o assunto.
(AgoraRN)
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